COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

terça-feira, 28 de abril de 2015

TRAUMA E USO DE DROGAS



ZERO HORA 28 de abril de 2015 | N° 18146



GILDA PULCHERIO*



“Não basta amar, é preciso cuidar!” Título de um artigo nosso em Zero Hora, em agosto de 2003, no qual invocávamos os cuidados parentais como prevenção ao uso de substâncias psicoativas.

A violência contra as crianças, em seus mais variados graus, pode ocorrer não só por problemas emocionais dos pais, mas também pelo mais absoluto despreparo para as demandas com a criação e educação dos filhos. Tarefa para a qual não é exigida formação. Os filhos difíceis de lidar podem mobilizar rapidamente desafetos e atitudes hostis com falta de paciência e respostas violentas.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), considera-se violência contra a criança o abuso emocional ou psicológico, o abuso físico, a negligência, o abuso sexual, todos em suas diversas formas e com suas consequências desastrosas. O bullying pode “marcar” para sempre por expor e humilhar.

E milhares dessas crianças, sobreviventes, quando na adolescência ou vida adulta, buscam no álcool e outras drogas o alívio para suas dores e traumas. A literatura é rica em apontar essa associação. Os medos com os desafios da adolescência fazem desta um momento de vida propício para a iniciação, por permitir a fuga e proporcionar prazer. Mesmo que falso, passageiro e com resultados catastróficos para muitos.

Dificuldade de aprendizagem, faltas às aulas, repetências, brigas, que tanto os traumas quanto o consumo de drogas propiciam. Assim como os traumas podem levar ao consumo de substâncias psicoativas, estas podem levar à experimentação de traumas pela vulnerabilidade da exposição sob o efeito do álcool ou outras drogas.

Não temos como impedir que nossos filhos experimentem seus traumas, mas podemos, sim, fazer o que está ao nosso alcance para reduzir as experiências evitáveis que podem tornar-se traumáticas, como, por exemplo, não somente “confiar” na imaturidade da adolescência. Crianças e adolescentes necessitam de nosso amor e amar é cuidar, é não permitir que consumam bebidas alcoólicas ou outras drogas, e muito menos que se embriaguem. Se quisermos a prevenção do consumo de drogas, temos também que prevenir a exposição a situações traumáticas.


*Psiquiatra do Instituto de Prevenção e Pesquisa em Álcool e outras Dependências

sexta-feira, 17 de abril de 2015

BAR VENDIA DROGAS PARA ADOLESCENTES

DIÁRIO GAÚCHO. Porto Alegre17/04/2015 | 07h00


Bar vendia drogas para adolescentes no bairro Mont'Serrat, diz polícia. Maconha e cocaína eram compradas por estudantes de colégios particulares



Dono do bar e três funcionários foram detidos na operação policial Foto: Divulgação / Polícia Civil


Uma operação do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) desarticulou um esquema de venda de drogas para adolescentes no bairro Mont'Serrat, em Porto Alegre, por volta das 23h desta quinta-feira.

De acordo com as investigações, que duraram cerca de dois meses, o ponto de venda era o Bar do Nelson, conhecido estabelecimento localizado na Rua Anita Garibaldi.

Segundo a polícia, as primeiras informações sobre a venda de maconha e cocaína chegaram a partir de pais de adolescentes que estudam em colégios particulares da região e estariam frequentando o local.


As drogas eram vendidas escondidas dentro de maços de cigarro. Para disfarçar, os jovens também pediam batata frita e refrigerante. De acordo com a polícia, algumas adolescentes que não tinham dinheiro para comprar as drogas estariam se prostituindo no estabelecimento.

Durante o flagrante da operação, policiais encontraram uma pequena quantidade de cocaína e maconha. O dono do bar, Nelson, já tinha antecedentes criminais e foi preso. Outros três garçons também foram detidos.

* Rádio Gaúcha