COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

OCUPAÇÕES URBANAS VOLTAM À CENA NA GRANDE PORTO ALEGRE

ZH 30/07/2014 | 05h03

por Taís Seibt

Famílias se instalaram em pelo menos quatro áreas privadas da capital gaúcha em julho


Na antiga Avipal, na Zona Sul, centenas buscam abrigo, cansados de esperar por reassentamentoFoto: Diego Vara / Agencia RBS


Enquanto a Copa concentrava a atenção do país, centenas de famílias da Capital carregavam meia dúzia de pertences para tentar recomeçar a vida em outro lugar. Ao menos quatro áreas particulares foram ocupadas por sem-teto no começo de julho.

É destaque a velocidade com que a população das novas vilas se multiplica, mas os órgãos que acompanham as ações não identificaram atuação organizada de movimentos de luta por moradia nessas áreas, como ocorria décadas atrás. A nova leva viria de comunidades atingidas por obras ou enchentes, cansadas de esperar pelas promessas do poder público.


No caso de Lenemar Bastos, líder comunitário no bairro Cristal, a espera é por casa prevista no Projeto Integrado Socioambiental (Pisa), da prefeitura. Apesar de a construção do dique estar expulsando famílias da beira do Arroio Cavalhada e de a verba federal para as moradias ter sido aprovada em 2009, o reassentamento até agora não saiu. O Departamento Municipal de Habitação (Demhab) diz aguardar aprovação dos projetos pela Caixa. Saíram de lá as primeiras 200 famílias da chamada Ocupação Avipal, na Zona Sul, uma das maiores da Capital.


A vendedora autônoma Aline Coelho não consegue firmar contrato de locação, pois não tem renda fixa. Foto: Ronaldo Bernardi, Agência RBS

Em poucos dias, a população no terreno hoje pertencente à construtora Melnick Even quadruplicou, com a chegada de pessoas como a vendedora autônoma Aline Coelho, 30 anos. Despejada da casa que alugava, ela tem dificuldade para firmar novos contratos de locação, já que não tem comprovante de renda fixa – situação parecida com a de Vanderlei de Almeida, 27 anos, afastado do trabalho como gesseiro por problemas de saúde. Com pendências de crédito, é difícil para ele usufruir de programas como aluguel social.

Reintegração de posse foi suspensa

O número de ocupações recentes é difícil de determinar, especialmente por estarem em áreas privadas. Uma, no bairro Hípica, teve reintegração de posse iniciada nesta terça-feira, mas foi cancelada, segundo a Brigada Militar, porque o proprietário não ofereceu meios para retirar as casas do local. O terreno está em nome de Hele Nice Bernardes Petkov. Representantes da família alegam que foram disponibilizados seis caminhões, mas houve atraso de meia hora na chegada dos veículos, e a BM não quis esperar. A família insistirá na reintegração.

Nos casos envolvendo imóveis particulares, a intervenção do poder público é limitada. Estado e município só entram em diálogo com as comunidades se procurados por representantes. A Defensoria Pública entra como mediadora do conflito. Muitas vezes, é a partir dessa negociação que as demandas das comunidades chegam ao Estado, que oferece como alternativa os programas habitacionais existentes. Ainda assim, há casos como os de Aline e Vanderlei, que ficam sem solução.

Ocupação ou invasão

ZH optou pelo termo ocupação, e não invasão, para caracterizar o fenômeno urbano descrito nesta reportagem porque a palavra ocupação é mais aceita para descrever o ato de instalar moradia, ainda que de forma irregular, em imóvel sem uso pelo proprietário.

Já o termo invasão costuma ser atribuído a casos em que há conflito para dominação à força de um território, o que não ocorreu nos casos aqui abordados.


Família Toledo vive em prédio ocupado e tem dificuldade de bancar mudança. Foto: Ronaldo Bernardi, Agência RBS

Movimento comemora desapropriação no Centro

Um edifício de sete andares com vista para o Guaíba poderá finalmente ser destinado a sua função original e virar moradia social para cerca de 40 famílias. É o que prevê o decreto assinado neste mês pelo governo do Estado.

Construído com recursos do extinto Banco Nacional de Habitação, o prédio acabou sendo repassado à Caixa Econômica Federal e foi esvaziado nos anos 1990. Desde 2005, foi ocupado pelo Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) quatro vezes. A última, em agosto passado, ficou conhecida como Ocupação Saraí.

– Para nós, é uma vitória – comemora o coordenador nacional do MNLM, Beto Aguiar.

Das 24 famílias que residiam no local, quase a metade já deixou o prédio graças ao aluguel social. Alguns ainda não sabem para onde ir, como o operário da construção civil Lauro da Paz Toledo, 54 anos, que vive com a mulher e cinco filhos. A maior dificuldade é encontrar imóvel no valor do benefício (R$ 500, no máximo) perto da escola das crianças.

– A lógica da casa como mercadoria afasta essas pessoas dos centros urbanos – critica a coordenadora do MNLM em Porto Alegre, Ceriniani Vargas.

Em São Paulo, a ação do movimento motivou a prefeitura a analisar a desapropriação de 41 edifícios da região central para moradia social. Em Porto Alegre, o Saraí ainda é um caso isolado. A política não está nos planos do Demhab nem do governo do Estado.

– A continuidade de iniciativas semelhantes dependerá da avaliação futura do projeto em curso – diz o secretário estadual de Habitação, Marcel Frison.

Outros três edifícios conquistados pelo MNLM na área central de Porto Alegre estão em processo de regularização. São prédios de órgãos federais.

48 mil é o número de domicílios vagos em Porto Alegre, segundo o IBGE

35 mil é o déficit habitacional na Capital, segundo o Demhab

R$ 29,9 milhões foi o valor investido pelo Estado, desde 2011, como complementação de convênios firmados com cooperativas habitacionais

14 mil é o número de unidades habitacionais construídas com esses recursos

Número de ocupações

Bairros de Porto Alegre
Partenon - 8
Sarandi - 4
Cristal - 2
Santa Tereza - 2
Outros - 11

Região Metropolitana
Gravataí - 5
Eldorado do Sul - 4
Canoas - 3
Sapucaia do Sul - 2
Cachoeirinha - 1


ENTREVISTA

BEATRIZ TAMASO MIOTO

"Há uma periferização sem precedentes", diz especialista

Doutoranda pela Unicamp, a economista Beatriz Tamaso Mioto está na Universidade de Nova York para complementar seus estudos sobre desenvolvimento econômico e políticas habitacionais na América Latina. Por e-mail, falou com ZH.

O governo do Rio Grande do Sul anunciou a desapropriação de um prédio para garantir moradia social. É uma boa alternativa?
A desapropriação é mais que uma alternativa. É um instrumento legal e democrático que poderia garantir diversos direitos aos cidadãos e melhorar as condições de vida na cidade. A diminuição da dicotomia entre periferia e bairros de classe média e da desigualdade de acesso à moradia mitigaria dois grandes problemas urbanos: violência e mobilidade.

Há outros efeitos da política de desapropriação?
Melhores condições de habitação, principalmente em áreas mais bem localizadas, significam melhores oportunidades de emprego, educação, assistência social e serviços públicos em geral. A aproximação entre moradia e trabalho inibe a utilização de transportes individuais e reduz o tempo de deslocamento.

Qual a principal dificuldade desse processo?
A principal dificuldade é política. A terra no Brasil sempre foi uma forma segura e fácil de valorizar o patrimônio e manter a dominação política. A segunda é na esfera jurídica, de execução dos mecanismos do IPTU progressivo e da desapropriação. Do ponto de vista econômico, o que se reclama é do valor pago pela desapropriação. Outro ponto importante é de natureza orçamentária dos municípios.

Você tem estudado a questão em outras metrópoles da América Latina. Os desafios são semelhantes?
O patrimonialismo em relação à terra, a imensa desigualdade e a segregação socioespacial são traços comuns. Essas metrópoles também se parecem no que se refere às restrições orçamentárias, à destinação de parte relevante das receitas do governo para pagamento de dívidas e em relação aos problemas sociais nas cidades e seu planejamento.

E as políticas habitacionais na América Latina também têm aspectos semelhantes?
Salvo poucas exceções, essas políticas têm seguido as determinações dos organismos internacionais, como o Banco Mundial. Esses organismos pregam como solução a expansão do crédito e de subsídios para que as famílias acessem o mercado imobiliário. No Brasil, isso tem levado, em diversas metrópoles, a uma periferização sem precedentes.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

JORNAL DEFENDE A LEGALIZAÇÃO DA MACONHA NOS EUA




ZH 28 de julho de 2014 | N° 17873


DEU NO NEW YORK TIMES. Jornal reflete mudança nos EUA e defende legalização da maconha. 
NO PRIMEIRO DE uma série de editoriais, um dos diários mais respeitados do mundo solicita que o governo americano revogue a proibição da droga para fins medicinais e recreativos em todo o país


Uma das mais prestigiosas publicações do mundo assumiu sua posição na briga pela legalização da maconha nos Estados Unidos. Com uma série de seis editoriais que começou a ser publicada ontem em sua versão impressa, o jornal The New York Times pediu que o governo federal autorize o uso da droga – um importante marco no debate nacional sobre o tema. O jornal se torna o maior do país a assumir tal posição. “O governo federal deve revogar a proibição à maconha”, crava o editorial. A atitude reflete uma mudança de opinião que vem se processando na sociedade americana ao longo das últimas décadas – em 1991, 78% dos cidadãos eram contrários à legalização. Em 2014, 54% a defendem. Dois Estados permitem o uso medicinal e recreativo: Washington e Colorado.

TRÊS QUARTOS DOS ESTADOS JÁ ADOTARAM MUDANÇAS

O Times reconhece que “não há respostas perfeitas às preocupações legítimas da população sobre o uso da maconha”. “Mas também não há essas respostas sobre o tabaco ou o álcool, e nós acreditamos que, em todos os aspectos – efeitos para a saúde, impacto na sociedade e temas de ordem pública – a balança pende para o lado da legalização nacional”, defende o jornal. Com isso, o Times observa, as decisões sobre permitir a produção e o uso para fins medicinais ou recreativos se darão no nível correto: o estadual.

Segundo o texto, a posição do jornal foi tomada “depois de uma grande discussão entre os membros do conselho editorial do Times, inspirado num movimento que vem se expandindo rapidamente entre os Estados por reformas das leis sobre maconha”.

Quase três quartos dos 50 Estados americanos (34 e mais o Distrito de Columbia) já adotaram alguma mudança sobre o uso e a produção. O mais recente foi Nova York, que liberou, no último mês, a produção e o uso medicinal sob estritas regras.

Para o Times, as evidências de que a dependência é um problema relativamente menor, especialmente se comparado ao álcool e ao tabaco, são “esmagadoras”. O jornal chama de “fantasiosos” os argumentos de que a maconha é uma porta de entrada para drogas mais perigosas. “O uso moderado da maconha não parece colocar em risco adultos saudáveis”, afirma o jornal, que destaca defender a proibição do uso para menores de 21 anos.

O Times compara a proibição federal da maconha com os 13 anos da Lei Seca nos EUA (1920-1933), em que os “as pessoas continuaram bebendo” e a criminalidade cresceu. “Foram 13 anos até que os EUA caíssem em si e acabassem com a Lei Seca. (...) Já são mais de 40 anos, desde que o Congresso aprovou a proibição da maconha, prejudicando a sociedade ao proibir uma substância tão menos perigosa que o álcool.”



Lei desperta a rejeição de 64% dos uruguaios

Discussões acaloradas sobre a legalização da maconha seguem em curso em outras partes do mundo. No Uruguai, que em 2013 aprovou uma lei que permite o consumo, a venda e a produção de maconha, uma pesquisa divulgada na quarta-feira passada mostra que o assunto segue enfrentando forte resistência da população.

De acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Cifra, 64% dos uruguaios são contra a lei. O índice é pouco inferior, apenas dois pontos percentuais, ao resultado obtido em pesquisa de 2012, quando 66% das pessoas disseram se opor à medida. A sondagem atual também revela que 27% dos habitantes do país vizinho ao Brasil se declaram a favor da lei. A comercialização da droga deve começar no final deste ano.

SERVIDOR PÚBLICO É PRESO POR TRÁFICO DE DROGAS


ZH 27/07/2014 | 23h37

por Marcelo Monteiro


Servidor público é preso por tráfico de drogas em Horizontina



Preso por volta de 8h15min da manhã deste domingo após tentar escapar de uma barreira policial no interior de Horizontina, no noroste do Estado, o diretor de Serviços da Secretaria de Infraestrutura, Logística e Trânsito da prefeitura do município, Marcos Piesanti, foi conduzido ao Presídio Regional de Santo Ângelo. Em seu carro, um automóvel Corolla 2007 (placas DWB-2990), o servidor transportava 6,5 quilos de maconha e seis litros de cerveja.

A prisão foi efetuada por policiais militares na localidade de Esquina Bonita, a dois quilômetros do bloqueio da Brigada Militar (BM), em uma estrada no interior de Horizontina, a 505 quilômetros de Porto Alegre. Preso em flagrante por tráfico internacional de drogas – o material era proveniente da Argentina –, em depoimento à Polícia Federal de Santo Ângelo, o servidor municipal reservou-se ao direito de falar apenas em juízo.

– Era uma abordagem de rotina. Demos ordem de parada, mas ele tocou por cima da guarnição e saiu em alta velocidade. Vimos ele jogando objetos para fora do carro. Depois, ao vistoriarmos o local onde ele havia jogado os objetos, achamos 6,5 quilos de maconha – contou o soldado Ivan Back, que participou da prisão de Piesanti.

Empregado em um cargo de confiança na prefeitura de Horizontina, o servidor estava sendo investigado havia alguns meses pela polícia da região. O prefeito de Horizontina, Nildo Hickmann, que estava em férias até este domingo, reassume o cargo na segunda-feira, 28, e deverá exonerar o servidor.



PANAMBI NEWS, 27/07/2014


Diretor da Prefeitura de Horizontina é preso pela BM, por tráfico de drogas



O horizontinense Marcos Piesanti foi preso na manhã deste domingo (27) por volta das 8h15min na localidade de Esquina Bonita, divisa com Doutor Maurício Cardoso, após fugir de uma abordagem da Brigada Militar. De acordo com os policiais o homem não atendeu as ordens de parada, fugindo em alta velocidade, sendo visto pela Guarnição jogando objetos para fora do veículo.

O Corolla ano 2007 foi acompanhado e abordado dois quilômetros após ter furado a barreira policial. Dentro do automóvel estavam 6 litros de Cerveja Budweiser oriunda da Argentina e em vistoria ao local onde o condutor foi avistado jogando objetos para fora do seu carro, localizados seis tijolos de maconha pesando aproximadamente 6,5 kg.

O condutor foi preso e conduzido a Polícia Federal de Santo Ângelo onde foi lavrado o auto de prisão em flagrante. O veículo foi recolhido ao Depósito do DETRAN de Horizontina pela infração de trânsito cometida e ficará a disposição da Polícia Federal.

Marcos Piesanti ocupa cargo de confiança como Diretor de Serviços na Secretaria de Infraestrutura Logística e Trânsito na Prefeitura Municipal. Nossa reportagem contatou o Prefeito Municipal Nildo Hickmann que está retornando de seu período de férias e reassume o Executivo na manhã desta segunda-feira.

O mandatário disse que tomaria as medidas de confirmação oficial dos fatos para adotar os procedimentos de exoneração do servidor. Piesanti também integra a Executiva Municipal do PSB.

Fonte BM/Horizontina

domingo, 20 de julho de 2014

SINAL AMARELO PARA A MACONHA

REVISTA ISTO É N° Edição: 2330 | 18.Jul.14

Enquanto a indústria da cannabis legal cresce nos EUA, a Casa Branca se preocupa com o fato de os adolescentes desconhecerem os malefícios da droga, e o Uruguai adia seu projeto de legalização

Fabíola Perez 


A indústria da maconha, recém-legalizada e com potencial bilionário, enfrenta os primeiros problemas de ordem prática nos Estados Unidos. A liberação do uso recreativo da erva nos Estados do Colorado e Washington tem feito os governos arrecadarem milhões em impostos cobrados em cima de uma das drogas mais populares do mundo. A criação de leis para regular o mercado e a elaboração de campanhas preventivas, entretanto, não seguem o mesmo ritmo. Estimativas da consultoria ArcView Market Research apontam que as vendas legais da maconha passarão de US$ 1,4 bilhão para US$ 2,34 bilhões neste ano. Mas o vigor do mercado despertou uma preocupação na Casa Branca: um relatório nacional sobre estratégias para o controle de drogas recém-divulgado mostrou que um dos desafios mais sérios da política do governo Obama nessa área é a percepção crescente entre adolescentes de que a maconha é pouco prejudicial à saúde. A revelação mostra a necessidade de acompanhar e fiscalizar uma indústria nova e historicamente irregular. “Como a droga está sendo legalizada, é natural que a percepção dos jovens sofra alterações”, diz Lucas Maia, pesquisador do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp). “O uso medicinal da maconha fez com que ela perdesse o glamour e deixasse de ser uma substância, sobretudo, ligada à rebeldia e à identidade de grupos.”


ALERTA
Dos adolescentes que apresentam desempenho ruim na escola,
66% já fumaram maconha. Abaixo, loja onde a cannabis é vendida
legalmente para maiores de 21 anos nos EUA



O documento foi publicado um dia após entrar em vigor em Washington a nova legislação para abertura das lojas que comercializam a droga. No Colorado, a substância é vendida legalmente desde o início do ano. Nos dois Estados, porém, vale a regra de que só pode adquirir maconha recreativa quem tem mais de 21 anos e em uma quantidade-limite de 28 gramas. Ainda assim, milhões de americanos mais jovens têm acesso à droga. As consequências disso, segundo o relatório, são negativas. Dos adolescentes que apresentam desempenho ruim na escola, por exemplo, 66% já fumaram maconha. Para o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Cristiano Maronna, assim como todas as drogas lícitas, o uso da cannabis requer prevenção. “Uma das regras tem de ser dificultar o acesso a menores de idade”, diz. A previsão do governo Obama é destinar para o próximo ano US$ 25 milhões em políticas contra as drogas, mas as inovações da iniciativa privada exigem políticas eficientes para conter o consumo indiscriminado. “No Colorado, surgiram produtos comestíveis de maconha com altos índices de THC, composto mais potente da maconha”, diz Maronna. “Precisa haver uma preocupação em limitar a quantidade de THC na erva.”


OPOSTOS
Mujica, presidente do Uruguai: controle total da cadeia de produção da cannabis.
Obama, presidente dos Estados Unidos: indústria nas mãos da iniciativa privada



O modelo adotado nos EUA é o oposto daquele que o presidente do Uruguai, José Mujica, deseja colocar em prática. O governo uruguaio pretende ter o controle total da cadeia de produção enquanto o governo americano deixa a comercialização e a distribuição nas mãos da iniciativa privada. Por ter uma proposta mais complexa, Mujica decidiu adiar para 2015 a legalização da maconha no país, antes prevista para ocorrer este ano. “Se fizermos tudo de qualquer jeito, assim como os EUA estão fazendo, é moleza”, disse. “Não basta tirar a nossa responsabilidade e deixar que o mercado se ajeite. Se fizermos isso, as empresas vão tentar vender a maior quantidade possível.” Maia, da Unifesp, concorda: “Sem a fiscalização necessária para controlar a ganância dos produtores, a indústria da maconha pode se transformar no que é hoje a indústria do álcool e do tabaco”, acredita.

Para os cofres públicos, a maconha legal tem trazido benefícios. Economistas da Universidade Estadual do Colorado estimam que a cannabis movimente US$ 605,7 milhões no Estado, o que geraria uma arrecadação de US$ 10,1 milhões em impostos. Com mais dinheiro em caixa, é possível investir em campanhas educacionais e ajudar os dependentes. “Os investimentos são sempre insuficientes, e os mercados regulados têm mais condições de aplicar recursos em tratamentos, conscientização e informação”, diz Luciana Boiteux, coordenadora do grupo de pesquisa em Política de Drogas e Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Um efeito colateral benéfico da legalização pode ser constatado no México. Lá, o cultivo da erva caiu drasticamente, o que impactou positivamente a luta contra o narcotráfico.



Fotos: Shutterstock; Michael Macor; MARIO GOLDMAN/AFP PHOTO; Brendan SMIALOWSKI/AFP PHOTO

segunda-feira, 7 de julho de 2014

GRÁVIDAS, USUÁRIAS DE CRACK SE PROSTITUEM PARA MANTER VÍCIO

R7 - DOMINGO ESPETACULAR - 7/7/2014

Grávidas, usuárias de crack se prostituem para manter vício no Rio; veja vídeo. O repórter especial Vinícius Dônola acompanhou a rotina de quatro dependentes químicas

Do Domingo Espetacular, com R7


Maioria dessas mulheres nem sabem sequer o pai dos bebêsReprodução/Rede Record

Uma reportagem especial de Vinícius Dônola, exibida no Domingo Espetacular, no domingo (6), mostrou o drama de quatro mulheres viciadas em drogas grávidas. Todas já foram mães outras vezes, são moradoras de rua e, frequentemente, fazem uso de entorpecentes como o crack.

As mulheres não fazem o tratamento pré-natal. Isso aumenta as chances de os bebês nascerem doentes.

Taiana não sabe quem é o pai do bebê que espera. Ela faz programa para sustentar o vício do crack e engravidou de um dos clientes.

— Eu tenho namorado, mas engravidei de um programa.

Mesmo grávida, Taiana continua a se prostituir. A mulher cobra de R$ 20 a R$ 30 reais por programa.

Por determinação da Justiça do Rio, crianças recém-nascidas dessas mães são levadas para um abrigo público, que fica em um bairro vizinho a uma das principais cracolândias do Rio.

Para Jair Braga, diretor da maternidade-escola, as mães não têm a menor condição de cuidar dos bebês.

— É muito importante que essas crianças recebam o cuidado devido e isso não pode ser oferecido por essas moradoras de rua.


R7 - 04/7/2014 às 19h49

O drama vivido por grávidas viciadas em drogas. O programa revela detalhes da ação que tira destas mulheres a guarda dos filhos recém-nascidos



Do R7

Reprodução/Rede Record

No Domingo Espetacular deste domingo (06), o drama de mulheres grávidas que não conseguem se livrar das drogas. Uma reportagem especial mostra os riscos que o vício traz aos bebês e a difícil luta destas mães para deixar de lado drogas devastadoras como o crack. E revela detalhes da polêmica ação que tira a guarda destas mães logo que as crianças nascem. A equipe do programa visita o lugar para onde são levados estes recém-nascidos.

A série sobre mitos e verdades de alimentos que fazem parte do dia a dia do brasileiro nesta semana tem como destaque uma fruta, a laranja. A atração questiona se ela realmente ajuda na digestão e se todo mundo pode tomar o suco. A reportagem mostra as diferentes variedades da espécie e dá dicas para usá-la até mesmo em pratos salgados.

O Domingo Espetacular destaca ainda as mansões milionárias e a vida de luxo dos famosos. Jardins, piscinas e quartos a perder de vista. A atração descobre onde ficam as casas mais caras que as celebridades escolheram para viver.


quinta-feira, 3 de julho de 2014

DROGAS SINTÉTICAS EM RAVES NO RS

Do G1 RS 03/07/2014 14h30

Polícia desarticula quadrilha suspeita de vender drogas sintéticas em raves. Ação foi realizada pela polícia de São Leopoldo, no Vale do Sinos, RS. Segundo delegado, grupo operava nas maiores festas rave do estado.

Fábio Almeida


Mandados foram cumpridos em três lugares no início da manhã de quinta (Foto: Fábio Almeida / RBS TV)



A Polícia Civil de São Leopoldo, no Vale dos Sinos, desarticulou na manhã desta quinta-feira (3) uma quadrilha suspeita de vender drogas sintéticas em festas e raves. Na operação, cinco homens foram presos e a namorada de um deles foi detida para prestar esclarecimentos. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos e em uma lan house no centro da cidade.

Marcas utilizadas em 'balas' de ecstasy chamaram a atenção dos policiais (Foto: Fábio Almeida / RBSTV)
Marcas utilizadas em balas de ecstasy chamaram
a atenção dos policiais
(Foto: Fábio Almeida / RBSTV)

De acordo com a polícia, foram encontrados 300 comprimidos de ecstasy, 48 pontos de LSD e 15 doses de ketamina, droga conhecida como "special k". A polícia encontrou também material de divulgação das festas e uma quantia em dinheiro.

Segundo o delegado da 2ª Delegacia de Polícia de São Leopoldo, Mário Souza, o grupo operava nas maiores raves do estado, tendo como clientes pessoas de classe média alta. “Eles ajudavam na divulgação de festas promovidas na capital e na Região Metropolitana, tendo contato direto com usuários da faixa etária entre 18 e 30 anos. Muitas vezes a pessoa ia ao local comprar o ingresso e eles já vendiam também a droga”, afirma ele.

Depois das interrogações, os homens devem ser encaminhados ao Presídio Central de Porto Alegre.

Polícia apreendeu drogas durante operação no RS (Foto: Fábio Almeida/RBS TV)