ZERO HORA 25 de fevereiro de 2016 | N° 18456
EDITORIAIS
Multiplicam-se no Estado, especialmente na região metropolitana de Porto Alegre, os crimes relacionados ao tráfico e ao consumo de drogas. Entrevista concedida ontem à Rádio Gaúcha pelo coordenador de Saúde Mental da Secretaria da Saúde do Estado, psiquiatra Luiz Carlos Illafont Coronel, não deixa dúvida de que a explosão de criminalidade no Rio Grande do Sul, assim como em outras áreas do país, decorre do comércio de entorpecentes.
A chamada “guerra do tráfico”, que se desenvolve nas vilas periféricas, nem sempre abate integrantes das milícias de traficantes em confronto. Nesta semana mesmo, moradores de regiões conflagradas, sem qualquer antecedente policial, tombaram por conta de tiros disparados a esmo, ou direcionados a supostos rivais dos atiradores.
A violência cresce na mesma proporção do encolhimento da Brigada Militar e da Polícia Civil, conforme reportagem divulgada ontem por ZH. As corporações não têm efetivo suficiente para um policiamento ostensivo que iniba os delinquentes e passe confiança aos cidadãos. Mas a criminalidade desenfreada também decorre de outros fatores bem conhecidos, tais como a precariedade do sistema prisional, as deficiências da legislação penal e as fragilidades do regime semiaberto.
Mas o fator de maior peso neste conjunto de causas indutoras da violência continua sendo o imobilismo do poder público, que usa a crise financeira como pretexto para sua inoperância, enquanto os cidadãos se encarceram em suas casas com medo de se tornarem as próximas vítimas de homicidas, traficantes e ladrões, que são os grandes beneficiários do caos.
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