COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

ARTICULAÇÃO CONTRA O CRACK


ARTICULAÇÃO CONTRA O CRACK - ZERO HORA EDITORIAL DE 23/11/2010

Prevista para durar um ano, a campanha institucional Crack, Nem Pensar, lançada em 2009, acabou se estendendo ao longo de 2010 e chega ao final de sua segunda etapa colhendo resultados importantes da mobilização da sociedade na luta contra esse derivado da cocaína. Um marco concreto desta luta é o lançamento, hoje, do Instituto Crack Nem Pensar, uma organização de direito privado sem fins lucrativos, viabilizada pela parceria de instituições públicas e privadas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina com objetivos que incluem o incentivo à pesquisa e a disseminação do conhecimento. A campanha deflagrada pelo Grupo RBS cumpre, assim, o seu propósito maior – a mobilização da sociedade como forma de atenuar os efeitos de uma droga que aprisiona tanta gente e, na maioria das vezes, transforma numa calamidade a vida de pessoas mais próximas.

Um dos méritos da iniciativa foi o de alertar para a gravidade do problema, numa época em que amigos e familiares das vítimas sentiam-se constrangidos e atemorizados em lidar com o tema, considerado tabu. Desde então, de forma conjunta ou individualmente, outras organizações e os próprios governantes tomaram consciência dessa verdadeira tragédia, partindo em muitos casos para campanhas de conscientização e para ações concretas de enfrentamento nas várias frentes que o problema envolve. Entre elas, estão providências de caráter preventivo que, em ambientes como o familiar e o da escola, alertem para a importância da resistência à droga, que pode causar dependência já na primeira experimentação. A iniciativa chamou a atenção para a prevenção, o combate ao tráfico e para a necessidade de estruturação de uma rede adequada para atendimento a usuários e familiares, levando em conta a dificuldade de cura do dependente e a desestruturação psicológica que costuma atingir familiares.

Em editorial com o qual marcou o início da primeira fase da campanha, o Grupo RBS ressaltou que “a solução depende de todos nós, da nossa capacidade de enfrentar o problema, do nosso poder de organização, da nossa vontade de lutar pelas pessoas que amamos, da nossa capacidade de dizer ‘não’ a essa droga maldita com toda a força da nossa alma”. Os avanços concretos por parte do poder público sob o ponto de vista da prevenção e da repressão invariavelmente andam num ritmo inferior ao do avanço dessa chaga. A sociedade, porém, percebeu a gravidade de uma droga tão destrutiva e é louvável que passe a contar com o apoio de importantes instituições, de forma permanente, como prevê o protocolo de cooperação a ser assinado hoje.

Um dos pontos frágeis da luta contra o crack é a falta de informações sobre o que é a droga e sobre os seus efeitos devastadores para quem se escraviza a ela. Esta é uma das falhas que a união de esforços entre instituições dos dois Estados mais meridionais do país se propõe a enfrentar, como forma de salvar vidas e preservar o futuro de um número expressivo de pessoas.

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