DESCOBERTA EM SC. Alerta para a produção de ecstasy
O estouro de um laboratório de ecstasy em Florianópolis, na noite de terça-feira, revela que o Brasil não apenas importa a droga sintética, mas também a fabrica em seu território. Santa Catarina, que já estava na rota da distribuição e do consumo do entorpecente, passa a ser considerada produtora em grande escala dos comprimidos.
No início do ano, um local de fabricação já havia sido desmobilizado no Estado vizinho, na praia de Ingleses. Desta vez, a quadrilha presa atuava na Lagoa da Conceição. O grupo, formado por jovens de classe média e estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), agia na produção e na venda por atacado, segundo a Polícia Militar. No total, foram apreendidos com eles 33 mil comprimidos de ecstasy.
De acordo com o delegado Heliomar Franco, diretor de investigações do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) no Rio Grande do Sul, Santa Catarina é a principal origem do ecstasy que chega a território gaúcho – seja produzido lá mesmo, seja trazido da Europa. O delegado lembra que foram estourados laboratórios recentemente no RS, mas que produziam entorpecentes com outras substâncias:
– Existe um genérico que alguns dizem ser ecstasy, mas é outra substância. A grande maioria vem de fora, principalmente da Europa. O que tem por aqui (no Estado) é falso.
Apontado como cabeça do bando preso na terça-feira, o estudante Pablo Baumgarten, 23 anos, confessou que aprendeu a fórmula do ecstasy com um traficante de uma favela de São Paulo, há cinco anos, conforme a PM.
– Ele comprou os equipamentos para fazer a mistura, além da matéria-prima. Fez vários testes até acertar o ponto – disse o capitão Daniel Nunes.
O laboratório foi montado nos fundos da casa de Pablo. Também foram apreendidos haxixe, maconha, prensa, 50 quilos de matéria-prima para a fabricação das pastilhas e balanças.
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