COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

CAI LÍDER DO TRÁFICO EM VIAMÃO/RS

Operação derruba líder do tráfico em Viamão. Ao mobilizar 80 policiais civis, ofensiva prendeu integrantes de quadrilha que intimidava moradores - EDUARDO TORRES, zero hora 05/04/2012

Uma operação que mobilizou 80 policiais civis da Região Metropolitana, na manhã de ontem, em Viamão, pôs na cadeia uma quadrilha de traficantes suspeita de agir de forma implacável contra inimigos e de intimidar moradores da Vila Elza. Foram presas cinco pessoas. Entre elas, Jonatan Gomes, o Aranha, 29 anos, apontado como um dos líderes do bando e que inspirou o nome da ofensiva da polícia: Operação Spider (Aranha, em inglês).

Segundo a investigação que durou mais de sete meses, Aranha coordenaria as encomendas de drogas e a logística para que o tráfico ou a guarda das armas não corressem riscos.

– É um grupo muito organizado, que trafica crack, maconha e cocaína e se aproveita do medo dos moradores da vila para perpetuar o poder. Obrigam pessoas a guardarem em suas casas drogas ou armas, e dificilmente usavam o mesmo lugar por mais de uma semana – disse o delegado.

Mesmo esbanjando os rendimentos do tráfico com a compra de pelo menos quatro carros novos, e de modelos caros, nos últimos meses, Aranha não faria a linha de frente nas ações do bando. Para isso usava inclusive a namorada. De acordo com a polícia, Jéssica Souza Dias, 20 anos, presa ontem, era quem transportava as drogas e armas para os criminosos.

Desde o ano passado, o grupo seria responsável por, pelo menos, três assassinatos na região da Vila Elza e no limite com Alvorada.

– Eles agiam de forma independente e com mão de ferro. Se algum aliado perdia dinheiro ou armas, eram impiedosos. Contra seus oponentes, matavam e torturavam – explicou o delegado Cleiton Freitas, da 1ª DP de Viamão.

As ordens mais violentas para eliminação dos adversários partiriam de outro líder do bando, que conseguiu escapar da cerco policial de ontem por menos de cinco minutos. Ele seria o herdeiro direto do domínio do tráfico na Vila Elza. Quando chegaram à casa onde ele estava, os agentes só encontraram um celular com uma mensagem de texto: “Os primo tão na vila, desaparece”.

Segundo a polícia, a quadrilha já planejava expandir sua atuação para o bairro Restinga, zona sul da Capital.


Pai fez empréstimo para salvar o filho

O pai não aguentou a pressão, correu a um banco e fez um empréstimo de R$ 5 mil.

Foi o valor para que os traficantes não matassem seu filho, condenado pela regra da quadrilha que mantém o poder sobre as bocas de fumo da Vila Elza, em Viamão.

Por telefone, um dos líderes da quadrilha já havia determinado a execução. Depois do pagamento, a interceptação telefônica feita pela polícia deixou claro o tamanho do poder do bando.

– Vamos dar uma segurada agora, depois a gente faz a mão – disse o traficante para o matador.

O rapaz, de 23 anos, é apontado como um dos gerentes de bocas na Vila Elza.

Entre os presos ontem estava Fernando de Mello Bariochaki, o Traíra, 31 anos, apontado como o armeiro do bando. Cabia a ele consertar e avaliar cada nova arma para completar o arsenal. Foi exatamente o poder de fogo acumulado por Aranha que chamou atenção da polícia.

Na primeira parte da Operação Spider, em agosto do ano passado, os agentes chegaram a uma casa onde inclusive um fuzil AK-47 estava guardado. A polícia apura a possibilidade de que as armas fossem alugadas para assaltos na Região Metropolitana.

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