EDITORIAL ZERO HORA, 18/04/2012
A árdua missão de combater a droga mais letal e destruidora consumida no país ganhou ontem um novo impulso no Rio Grande do Sul com a assinatura do acordo de cooperação entre o governo do Estado, a prefeitura de Porto Alegre e o governo federal que envolve a liberação de recursos e a implementação de ações nas áreas de segurança e saúde. Os objetivos prioritários do programa Crack, é Possível Vencer, capitaneado pelos ministérios da Saúde, dos Direitos Humanos e do Desenvolvimento Social, são o aumento da oferta de tratamento de saúde e atenção para os usuários de drogas, o enfrentamento do tráfico e a ampliação de ações preventivas.
Lançado pela presidente Dilma Rousseff no final do ano passado, o programa federal já conta com a adesão dos governos esta- duais de Pernambuco, Alagoas e Rio de Janeiro – o que evidencia seu caráter suprapartidário. Não poderia ser de outra forma. O crack é uma droga tão repulsiva pelo seu potencial destruidor, que todas as forças da sociedade precisam se unir para combatê-la. O governo federal reservou um total de R$ 4 bilhões para investir no tratamento dos doen- tes, na repressão ao tráfico e em ações preventivas. Trata-se de um investimento mais do que bem-vindo, contanto que os recursos tenham efetivamente a destinação adequada.
A proposta é gastar esse dinheiro na formação de profissionais das áreas de saúde, assistência social, justiça e segurança pública, e também em ações policiais nas regiões fronteiriças – para interromper a passagem da droga oriunda de outros países – e nas chamadas cracolândias dos grandes centros urbanos.
É bem difícil vencer o crack, que cria dependência na primeira experimentação e tira a capacidade de raciocínio dos usuários, provocando comportamentos antissociais e desagregação familiar. Mas, como bem diz o título do programa federal que chegou ao Estado ontem, é possível, sim, vencer esta verdadeira maldição que se abate sobre a sociedade contemporânea – desde que poder público e sociedade unam suas forças e ajam com decisão.
COMPROMETIMENTO DOS PODERES
As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.
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