COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

terça-feira, 26 de março de 2013

CASAS ABANDONADAS E TERRENOS BALDIOS SERVEM DE PONTO PARA CONSUMO DE DROGAS

O PIONEIRO, 26/03/2013 | 07h03

Casas abandonadas e terrenos baldios servem de ponto para consumo de drogas em Caxias do Sul
Vizinhança reclama da insegurança constante



Terreno nas ruas Assis Brasil, Humberto Campos e Ernesto Alves há anos é utilizado para consumo de drogas e prostituiçãoFoto: Daniela Xu, Agência RBS

Jéssica Britto

Casas antigas e abandonadas, prédios em construção e terrenos baldios têm servido de abrigo temporário para muitos usuários e mendigos da cidade. Vários locais têm recebido cercamento, muros de concreto e roçada, mas voltam a ser frequentados pelos usuários de drogas.

Um exemplo acontece em um terreno localizado nas ruas Assis Brasil, Humberto Campos e Ernesto Alves, no bairro Jardelino Ramos. O local é usado para o consumo e para programas sexuais. Frequentadores construíram um casebre improvisado com diversos objetos, provavelmente, oriundo de furtos.

— Eles assaltam e ameaçam as pessoas. Os vizinhos têm que dar voltas para chegar em casa porque eles ficam parados nos portões. Nunca se sabe se é gente de bem ou não — disse uma moradora.

Na Rua Paim Filho, no bairro Marechal Floriano, outro problema cresce com a circulação dos craqueiros. As longas escadarias que cortam morros do bairro são habitados por usuários. Por ali, ninguém arrisca a passar. Segundo relato de moradores, uma construção ao lado da escadaria também é frequentada pelos drogados.

Levantamento dos locais frequentados por drogados em Caxias vem sendo realizado desde 2012. O trabalho faz parte da força-tarefa da Brigada Militar, Guarda Municipal e agentes voluntários da Defesa Civil. No ano passado 23 pontos foram descobertos. Neste ano, já são mais cinco.

Conforme o diretor-geral da Secretaria de Segurança Pública e Proteção Social, José Francisco Barden da Rosa, os proprietários seguem sendo avisados sobre as necessidades de segurança. Mas a estratégia nem sempre é efetiva.

LANÇA-PERFUME GENÉRICO

ZERO HORA 26 de março de 2013 | N° 17383

PERIGO NAS RAVES

Fechado laboratório de “lança-perfume” genérico

Operação apreendeu matéria-prima usada para produzir droga sintética consumida em festas eletrônicas



Pela segunda vez em apenas quatro meses, o Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico (Denarc) conseguiu, no final de semana, derrubar um laboratório de preparação da droga sintética conhecida como sucesso. Quatro botijões com diclorofluoretano (usado na limpeza de aparelhos de refrigeração e eletrônicos), matéria-prima para o entorpecente, foram apreendidos em uma casa na Vila Safira, em Viamão, com um homem suspeito de distribuir o produto em festas rave e pagodes da cidade.

– Aconteceu uma festa eletrônica na noite de sexta-feira e recebemos uma denúncia. Quando encontramos o material na casa dele, havia cartazes anunciando mais uma festa para a semana que vem. Acredito que derrubamos o fornecimento de sucesso para esse evento – explica o delegado Rodrigo Zucco, que comandou a ação do Denarc.

Além dos botijões, com uma quantidade ainda não especificada do princípio ativo da droga, a polícia também apreendeu diversos tubinhos prontos para serem carregados com a droga. Provavelmente seriam as embalagens distribuídas na festa.

O sucesso é conhecido pelos frequentadores de festas eletrônicas como o “crack” das raves. Vendido mais barato do que o lança-perfume, é, porém, muito mais nocivo à saúde. Nas festas, é consumido tanto misturado às bebidas como inalado.

– É uma droga nova, que causa dependência. O nome é porque o produto é um “sucesso” de vendas: cada frasco é vendido por R$ 30 – revela Zucco.

Em novembro do ano passado, outra ação do Denarc derrubou um laboratório em Gravataí.

EDUARDO TORRES


Substância fora da lista de drogas

O diclorofluoretano não é considerado droga ilícita no país. O produto não consta na Portaria 344 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que determina quais substâncias químicas são consideradas drogas no Brasil. Portanto, os vendedores do sucesso não podem ser enquadrados por tráfico.

No entanto, há uma brecha na legislação. O distribuidor foi autuado em flagrante por armazenar e distribuir substância tóxica nociva à saúde humana (artigo 56 da Lei de Crimes Ambientais, com pena de quatro anos de prisão e multa).

OS EFEITOS - Produzido à base de solvente, o entorpecente conhecido como sucesso invadiu as festas populares da Região Metropolitana:

- A primeira sensação é de agitação e embriaguez. O efeito da droga não dura mais de cinco minutos. Com o uso repetido, o usuário sente vertigens e depressão.

- O uso continuado causa apatia, dificuldade de concentração e perda de memória. São resultados da queima de neurônios como consequência de ansiedade e depressão. Essas sensações podem facilmente gerar alucinações.

- Diferentemente do lança-perfume, por ser à base de solvente, o diclorofluoretano pode provocar dependência física pelo uso continuado. A síndrome de abstinência se manifesta com a ansiedade, agitação, tremores e insônia.

- A inalação do solvente causa danos muito rápidos aos pulmões. Por ser uma substância volátil, provoca quase imediatamente respiração acelerada, taquicardia e asfixia, que tende a danificar os órgão respiratórios.

- Há risco de edema pulmonar, sintoma semelhante ao verificado entre os usuários de crack e óxi.

segunda-feira, 11 de março de 2013

USO DE CRIANÇAS EM UNIFORME ESCOLAR NA VENDA DE DROGAS

G1 - FANTÁSTICO Edição do dia 10/03/2013

Imagens mostram operação que prendeu quadrilha chefiada por mulher

O Fantástico teve acesso a essa investigação e encontrou uma gravação estarrecedora: um sargento da PM, por telefone, manda que um gerente do tráfico use meninos em uniforme escolar para vender drogas.





Nesta semana, uma operação policial desmantelou uma quadrilha de traficantes que atuava no Centro do Rio, na cara de policiais militares que recebiam propinas. O Fantástico teve acesso a essa investigação e encontrou uma gravação estarrecedora: um sargento da PM, por telefone, manda que um gerente do tráfico use meninos em uniforme escolar para vender drogas.

Na última sexta-feira, no Centro do Rio, 300 policiais estiveram nas ruas para prender 72 pessoas, entre elas 21 PMs. Essa operação acontece depois de uma investigação iniciada dez meses atrás.

Em maio de 2012, o Fantástico mostrou as fortalezas do tráfico em pleno centro da cidade.

Bandidos tinham instalado portões de ferro para se proteger da polícia e de grupos rivais. E lá dentro menores de idade vendiam drogas. O Fantástico mostra com exclusividade os desdobramentos e os bastidores das investigações. E você vê pela primeira vez como funcionava o tráfico numa comunidade ocupada permanentemente pela Polícia Militar.

O Morro da Providência é a favela mais antiga do Brasil. Ela foi dominada por criminosos durante mais de 30 anos. Até que em abril de 2010 recebeu uma UPP. A Unidade de Polícia Pacificadora do Morro da Providência foi a sétima instalada no Rio. Há quase três anos, traficantes deixaram de ostentar fuzis por becos e ladeiras, mas nunca pararam de vender drogas. Mudaram apenas a estratégia de comercialização.

Ao lado do morro, estão a sede da Secretaria de Segurança do estado e o comando militar do leste. Na vizinhança, o quinto batalhão da Polícia Militar e a sede da Polícia Federal. Mesmo assim, a quadrilha conseguia vender drogas em várias ruas e em pelo menos sete pontos fixos, até mesmo nas fortalezas estouradas pela polícia em 2012.

“A parte toda do Centro do Rio de Janeiro e agora a parte toda revitalizada e que está se revitalizando, ela tá ocupada por eles. Eles dominaram esse local”, diz Alexandre Estelita, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente do Rio.

“Nós mapeamos os locais para onde eles foram, eles tiveram que ir, recorrer a outros lugares e também como eles driblam a polícia na hora de se movimentar com as drogas, de transportar a droga até os pontos de venda e voltar com as contas. Se houver polícia em algum lugar eles saem por outro, e andam com veículos regulares, não chamando a atenção. Guardam drogas em diversos locais, não fica droga armazenada toda no mesmo local. Não sai com as mesmas pessoas, sai pulverizada”, explica a delegada da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, Bárbara Lomba.

Noite de quinta-feira passada. Uma equipe da Polícia Civil para um carro. O motorista é rendido. No banco de trás, duas mulheres. Uma delas é procurada pela polícia.

Mulher: Isso é esculacho.
Policial. Não tem esculacho nenhum.
Mulher. Está bom.

Andreia Vieira de Oliveira, conhecida como ‘Tia’, era a chefe da quadrilha. Ela assumiu os negócios no Morro da Providência quando Evanilson Marques da Silva, o Dão, foi preso em 2006. Mesmo depois que o bandido foi solto, há quase dois anos, ela não perdeu o posto.

“Ela é muito enérgica, ela cobra realmente. Se mostra insatisfeita quando há uma apreensão, uma fuga pra um local que não poderia ter havido. Ela tem mão de ferro, sim”, conta a delegada.

Para prender Andreia e seu bando, a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente monitorou os telefonemas e os passos da quadrilha. Foram quase 62 mil ligações telefônicas grampeadas com autorização da justiça e cerca de 50 horas de filmagens. Numa ligação, por exemplo, Andreia fala com uma mulher sobre a compra de um fuzil.

Andreia: Naquele dia lá, que tu levou o dinheiro do fuzil, foi R$ 40 mil?
Mulher: Não. Foi R$ 35 mil.

Imagens inéditas do Fantástico mostram como essa investigação foi feita. Semanas antes de ser presa, Andreia começa a fazer ginástica na academia de um shopping da Zona Sul do Rio.

Em outra imagem, ela está num restaurante, comendo feijoada. Em seguida, ela vai cuidar da saúde, como contam os investigadores.

Do alto de um prédio de sete andares foi possível observar também o esconderijo principal da criminosa, a quase um quilômetro: tecnologia a favor da segurança. Com uma câmera acoplada a uma luneta, fotos e imagens foram feitas da casa. Sem chamar a atenção de ninguém.

“A gente fez um teste com um binóculo, botou uma lente num binóculo, funcionou. A gente achou: bom, então vamos colocar logo um telescópio. Aí deu certo também”, conta Reinaldo Leal, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente.

A quadrilha de Andreia tem mais de 50 integrantes. “Eles usavam sempre telefones em nomes de terceiros, em nome de outras pessoas. Então a gente para identificar que um determinado apelido era uma pessoa, isso levou bastante tempo”, explica Alexandre Estelita.

Os policiais tiveram que ser criativos na abordagem dos suspeitos, para identificar todo mundo. Exemplo: um investigador conversou com uma mulher. Ele fingiu ter recebido denúncia de maus tratos contra a criança que estava no colo dela. Pelo telefone, é orientado pela equipe que estava gravando as imagens. A mulher deu o nome verdadeiro ao policial e foi liberada. A abordagem deu certo.

Agora eles sabem que ela é Cristina Rocha da Conceição. E ao longo das investigações a polícia descobre que ela distribuía droga e recolhia o dinheiro para Andreia, a chefe do tráfico.

Cristina foi presa na operação de sexta-feira. Para conseguir o nome de outro integrante da quadrilha, os investigadores usam a mesma estratégia. Vão à hospedaria onde ele mora com a família. “Inventamos uma história de que teria criança lá dentro do hotel sofrendo algum tipo de abuso”, diz a delegada.

É Roberto Pereira Moizinho, mais um gerente da quadrilha de Andreia. Ele também foi preso na operação de sexta-feira passada.

As investigações da Delegacia da Criança e do Adolescente descobriram que o tráfico funcionava no centro da cidade porque tinha aliados importantes. Policiais militares, que ganhavam propina para não reprimir a bandidagem. Cada equipe, formada por dois PMs, recebia R$ 200 por dia de colaboração. Ao todo, 21 policiais militares foram identificados pela Secretaria de Segurança e pelo serviço de inteligência da PM.

Todos são do batalhão que fica perto do morro. Todos coniventes com a quadrilha.

“A gente recolheu praticamente duas a três provas, quatro, contra cada policial. O indiciamento foi bem contundente e prudente. A gente sabe que aquilo ali é uma minoria e que não representa a Polícia Militar. Eles são marginais fardados e como tais são tratados assim pela instituição”, diz o subsecretário de inteligência Fábio Galvão.

Nenhum dos PMs trabalha na UPP da Morro da Providência.

“Eu acho que a própria UPP vem contribuir para que a gente pudesse de forma exaustiva formar um conjunto de provas suficientemente importantes para obter sucesso na conclusão desse trabalho”, afirma o secretário de Segurança José Mariano Beltrame.

Praça Mauá, região central do Rio. Anderson Dias é segurança de uma boate que trabalha para Andreia pagando propina a policiais militares.

Em outras imagens, ele aparece chamando um sargento da PM, Fabrício Pereira Martins, e apertando a mão dele. O relatório da investigação afirma que nesse aperto de mão, Anderson deu dinheiro ao policial.

Anderson, o sargento Fabrício e o sargento Jerônimo Xavier dos Santos foram presos na operação. Uma gravação mostra a conversa entre um sargento da PM e um traficante. A polícia não divulgou o nome do PM, que ainda não foi preso.

Primeiro, o sargento pede mais dinheiro.

Sargento: Aí, os R$ 200 que falta, eu vou botar R$ 100 para domingo e R$ 100 para quinta.
Traficante: Pô, cara, mas aí quinta pra gente pagar R$100 já tá maior osso, meu parceiro.
Sargento: Você serve pra isso. Quer trocar de lugar comigo?

Depois, ele dá uma bronca no traficante.

Sargento: Se liga no papo que eu vou te dar, para tu se ligar no ritmo, que você como administrador do bagulho, tem que ser um cara safo, irmão.

Em seguida, a situação mais absurda: o PM ensina ao criminoso de como conseguir mais dinheiro. E o pior: o sargento, um agente do estado, manda o bandido usar menores de idade para vender droga.

Sargento: O bagulho tiver ruim, apertar, bota o moleque em cima da árvore, bota moleque rodando no carro, bota o moleque rodando de bicicleta, bota os moleque de roupa de colégio. Faz tua correria, irmão. Tem que aprender a assumir teus compromissos, compadre. Eu assumo o meu.

“Na verdade, é uma traição com os próprios policiais, que amanhã ou depois estão subindo o morro, entrando em locais e tomando tiros dos mesmos traficantes”, declara o subsecretário.

sábado, 9 de março de 2013

PLANTAÇÃO DE MACONHA NO INTERIOR DO RS

G1 RS 08/03/2013 19h13

Polícia descobre plantação de maconha em Encantado, RS. Mais de 100 pés com até três metros de altura eram cultivados em terreno. Homem de 47 anos foi preso por suspeita de ser o dono da plantação.

Do G1 RS



Alguns pés de maconha tinham até três metros
de altura, segundo a Polícia Civil (Foto: Divulgação)

Uma plantação de maconha foi descoberta pela polícia na tarde desta sexta-feira (8) em Encantado, no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul. Um homem de 47 anos suspeito de cultivar a droga foi preso e encaminhado à penitenciária estadual da cidade.

Segundo a polícia, a plantação estava escondida no interior do município, em numa área de difícil acesso, às margens do Rio Taquari. O local estava sendo monitorado há cinco meses, após uma denúncia anônima.

Mais de 100 pés de maconha foram encontrados no local, alguns com até três metros de altura. As plantas cresciam encobertas pelas lavouras de milho e o matagal. A polícia acredita que a plantação existe há mais de dois anos.

No local, havia uma cabana onde a droga era manipulada. Os policiais encontraram ainda três prensas usadas para preparar a droga. As plantas apreendidas serão retiradas do local e encaminhadas para um depósito. Depois, serão destruídas.

AMOR, DROGAS E SOLIDÃO

REVISTA ISTO É N° Edição: 2260 | 08.Mar.13 - 21:00 | Atualizado em 09.Mar.13 - 11:02


Como as drogas afastaram o vocalista da banda Charlie Brown Jr. da mulher, o levaram à depressão e precipitaram sua morte

Natália Mestre, Rodrigo Cardoso e Suzana Borin

Em outubro de 2011, a equipe de ISTOÉ Online passou um dia com o grupo Charlie Brown Jr. Assista à entrevista, dividida em três blocos na fonte desta matéria:

 http://www.istoe.com.br/reportagens/281553_AMOR+DROGAS+E+SOLIDAO

Bloco 1 - A banda fala sobre a volta de dois integrantes da formação original, o guitarrista Marcão e o baixista Champignon, e sobre os preparativos do DVD “Música Popular Caiçara”



Bloco 2 - Chorão, que foi o único que passou por todas as fases da banda, fala sobre os 20 anos do Charlie Brown Jr.



Bloco 3 - Os músicos falam sobre o Santos, revelam o significado do número 13 para eles e contam a história dos apelidos de Chorão e Champignon




Chorão canta ao vivo uma versão inédita da música “De Olhos Abertos” para a equipe de ISTOÉ Online:





UNIÃO
Há um ano e meio Chorão voltou a consumir cocaína com muita frequência.
A estilista Graziela Gonçalves tentou usar a separação como um alerta para ele largar o vício

Ele transitou pelo sucesso e o fundo do poço com a fúria própria de quem é intenso em tudo o que faz. Em uma mistura de desordem e criatividade, moldadas a partir da separação dos pais e da mudança, na adolescência, de São Paulo para Santos, Alexandre Magno Abrão se transformou em Chorão, o vocalista da banda Charlie Brown Jr. Expoente do rock nacional, embalou sonhos e inquietações da juventude com sua música nos últimos 20 anos. Chorão, porém, sucumbiu à própria dor. Na madrugada da quarta-feira 6, foi encontrado morto em seu apartamento na zona oeste paulistana. Tinha 42 anos. Estava de bruços no chão da cozinha, com as mãos ensanguentadas, em meio a latas de refrigerante e energético, garrafas de bebidas alcoólicas, ansiolíticos e móveis quebrados. Havia, ainda, um pó branco que a polícia suspeita se tratar de cocaína. “Tentei de tudo para salvar o Chorão”, afirmou, em entrevista exclusiva à ISTOÉ, a estilista Graziela Gonçalves, 41 anos, ex-mulher do roqueiro.

Chorão tinha mergulhado em um processo depressivo após ter se separado de Graziela, com quem estava casado havia 15 anos. Essa é a tese defendida por amigos e familiares do cantor. Esse revés afetivo, isoladamente, porém, não precipitou a morte do roqueiro. À ISTOÉ, Graziela revelou que o cantor vinha usando drogas há quatro anos – e há um ano e meio, compulsivamente. Mais: ela, Thais Lima, a primeira mulher do músico, o filho de Thais com Chorão, Alexandre, 23 anos, e a empresária da banda procuraram um advogado para providenciar uma internação involuntária do artista. Queriam levá-lo à revelia para uma clínica de recuperação para dependentes químicos, pois o processo autodestrutivo do cantor vinha se acelerando. “Mas não deixaram que ele fosse internado”, diz a estilista (leia entrevista completa à pág. 52). Depois dessa tentativa frustrada, Graziela resolveu se afastar do marido.



A separação se deu em janeiro, mas os dois não deixaram de se falar pelo telefone. Ela apostava que, com o distanciamento, o cantor optaria por se livrar do vício para reconquistar o grande amor da vida dele. A situação, porém, só piorou. “O Chorão sempre teve dificuldade para lidar com momentos de pressão”, conta um parente do músico. E assim aconteceu. Enquanto a mulher ficou em Santos, Chorão passou a perambular por flats na capital paulista. Nas últimas semanas, esteve em quatro, segundo o delegado Itagiba Vieira Franco, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga as circunstâncias da morte. A hipótese inicial é a ingestão combinada de drogas, bebidas e remédios. Quando a tristeza e a solidão batiam, o lado bad boy do roqueiro se manifestava e ele quebrava tudo o que via pela frente. No último dos hotéis, permaneceu até segunda-feira 4. Após um desentendimento com funcionários, o músico resolveu seguir para o seu apartamento. “Ele acreditava que os empregados do hotel estavam colocando câmeras no quarto para filmá-lo”, conta o motorista do cantor, Kleber Atalla, primeira pessoa a encontrá-lo morto. “Ele tomava remédios para dormir e esses comprimidos o faziam acreditar que estava sendo perseguido.”

A família de Chorão responsabiliza Graziela pelo fim trágico do cantor. Ricardo Abrão, irmão dele, bateu boca com a cunhada no Instituto Médico Legal, em São Paulo, enquanto aguardavam a liberação do corpo. Em Santos, durante o velório ao qual compareceram cinco mil pessoas, houve um novo desentendimento entre os dois, que só não partiram para as vias de fato porque foram separados. “O Ricardo acha que ela o abandonou no momento em que ele mais precisava”, conta um amigo da família. Tania Wilma Abrão, irmã do músico, também acusou, aos gritos, Graziela de ser culpada pela morte de seu irmão. Graziela era tida como o porto seguro de Chorão. Ela o conheceu em uma fase em que o vocalista do Charlie Brown Jr. ainda sofria pelo fim de seu relacionamento com Thais, a mãe de Alexandre, seu único filho. “O Chorão foi criado nas ruas de Santos, foi levado para a delegacia algumas vezes por causa de maconha e brigas. Depois que a Graziela apareceu em sua vida, ele emagreceu, parou com tudo”, lembra um de seus amigos de infância.



Graziela conta que quando Chorão voltou a consumir drogas, quatro anos atrás, ele estava cansado e ainda chateado com o fim da formação original da banda, ocorrida em 2005. Na época, o baixista Champignon, o guitarrista Marcão e o baterista Renato Pelado romperam com o amigo alegando “divergências musicais”. O baixista e o guitarrista retomaram a parceria com o roqueiro em 2011, mas as feridas, segundo ela, nunca cicatrizaram. “Pesou muito a separação do grupo. O Chorão se sentia injustiçado”, afirma Graziela. “Ele tinha seus dilemas, seus demônios e, quando estava mal, a coisa ficava mais problemática.” O encontro derradeiro do casal aconteceu na última semana de fevereiro, quando o cantor, de férias da banda e já afastado da mulher, foi até o apartamento da estilista, em Santos. Ali, Graziela voltou a insistir para que o ex-marido iniciasse um tratamento contra a dependência química e disse que sentia muita saudade dele. “Antes do Chorão ir embora, eu tive a certeza de que era a última vez que eu o via, porque ele me disse: ‘Eu quero que você me prometa que, se acontecer alguma coisa comigo, você vai ficar bem’.”

Ela diz que não deixou de monitorar o ex-marido e falou com ele por telefone com frequência até três dias antes da sua morte. A partir daí, Chorão teria deixado de atender as ligações dela. “Ele sempre me dizia, antes de desligar o telefone: ‘Não duvide do meu amor por você’”, recorda. Quando o encontrou morto, após inúmeras tentativas de falar com ele pelo telefone, o motorista Atalla acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). No apartamento – que não possuía muita mobília porque, segundo pessoas ligadas à família, era uma espécie de reduto de consumo de drogas de Chorão – além de manchas de sangue espalhadas por paredes, portas e interruptores quebrados, policiais encontraram um canudo feito com uma folha de cheque ao lado do pó branco e um catálogo de filme pornô.



Figura expansiva em cima do palco, fundador da banda de rock que lançou 11 álbuns, vendeu cinco milhões de cópias e ganhou dois Grammy Latino, Chorão, longe dos holofotes, vinha ultimamente oscilando entre momentos de desilusão e empolgação com o seu futuro na música. Ele dizia estar cansado da rotina de shows e mais empolgado com os momentos em que vivia com um skate debaixo dos pés do que com um microfone na mão. “Ele estava pensando em diminuir o ritmo de shows, almejando uma tranquilidade maior para a sua vida”, afirma Atalla. Na semana anterior ao seu falecimento, porém, o roqueiro resolveu visitar o estúdio de uma rádio em São Paulo sem aviso prévio. Chegou lá com o filho Alexandre e uma música inédita a tiracolo e passou duas horas no ar. Nos bastidores, ao final, comentou o quanto se sentia abalado com a separação. Uma pessoa do círculo de amizades do roqueiro ouviu durante a fase crítica do casamento a seguinte frase: “Acho que não sirvo para ficar com ninguém mesmo. Ninguém me entende, sou um destruído na vida”.

Essa montanha-russa emocional era testemunhada pela família. “Ele estava bastante atormentado, dizia que se sentia absolutamente sozinho”, conta a apresentadora de tevê Sonia Abrão, prima do cantor. Filho de uma empregada doméstica e de um empresário, Chorão passou a manifestar, ultimamente, intensa saudade que sentia do pai, falecido há cerca de dez anos, com quem viveu uma relação de amor e ódio. O cantor cresceu indignado com o fato de o pai não ter dado o devido suporte à sua mãe, Nilda, após a separação do casal. “O Chorão e a mãe, que vendia pastel, chegaram a ser despejados de uma casa porque não tinham como pagar o aluguel”, diz um amigo, lembrando que o cantor, em Santos, não concluiu o ensino fundamental e praticamente se educou nas ruas. Mas, nos últimos tempos, o roqueiro sofria por nunca ter conseguido dizer ao pai que o amava, segundo esse amigo. “Soube que ele disse a um primo que queria se encontrar com o pai”, conta Sonia.



A última vez que Chorão esteve reunido com a família foi no Natal, no apartamento do cantor, em Santos. Apenas sua irmã Kátia, que mora em Luxemburgo, não estava presente. Até mesmo a sua mãe, Nilda, de 80 anos, que mora em São Paulo e teve recentemente um acidente vascular cerebral (AVC) compareceu. O cantor já passava por uma fase complicada no casamento, mas mostrou-se animado e feliz. Não comentava com a família sobre a depressão que o abatia às vezes. Não era do seu estilo demonstrar fraqueza em público. “As pessoas só têm a imagem do meu tio como o louco skatista ou qualquer coisa assim. Ele era muito mais do que isso. Era extremamente amoroso em casa com todos, um pai para mim e um ídolo para nós”, afirma Amanda Abrão, sobrinha do artista. “Sempre foi amável e sempre nos ajudou financeiramente também.”



A generosidade era uma característica do cantor. Costumava distribuir gorjetas gordas nos bares e restaurantes que frequentava. Na semana anterior à sua morte esteve no Sujinho, no centro de São Paulo, deixou para o garçom mais de R$ 100. Depois de perder o pai, vítima de câncer, Chorão passou a contribuir com o Hospital do Câncer de Barretos, no interior de São Paulo. Atalla, seu motorista, também não se esquece do dia em que o patrão comprou um equipamento no valor de R$ 40 mil para um garoto deficiente físico. Nessa seara, a grande obra do roqueiro-skatista, que foi vice-campeão paulista na categoria freestyle, é o Chorão Skate Park, uma pista de skate indoor inaugurada há dez anos, no Jardim Quietude, em Santos. Ali, crianças aprendem os segredos do esporte, ganham refeições e, muitas vezes, são presenteadas com um skate. “Meu tio tinha um coração maior do que ele”, reforça a sobrinha. Era grande, mas não suportou a pressão da vida que ele escolheu viver.





Colaborou Thaís Botelho
Fotos: Wellington Cerqueira / Ag. Istoé; Iwi Onodera / Ego; Diogo Moreira/Frame; Leonardo Aversa / Ag. O Globo; Mônica Imbuzeiro / Ag. O Globo


sexta-feira, 8 de março de 2013

TENTEI DE TUDO

ZERO HORA 08 de março de 2013 | N° 17365

DESPEDIDA. “Tentei de tudo”, diz ex de Chorão sobre cocaína

Graziela Gonçalves afirmou que o músico “perdeu a batalha contra essa praga mundial”



O enterro do cantor Chorão, líder do Charlie Brown Jr., ocorrido às 17h10min de ontem em Santos, cidade do litoral paulista, reuniu familiares, amigos, parceiros de banda e pessoas próximas. Na parte de fora do cemitério vertical Memorial Necrópole Ecumênica, a estilista Graziela Gonçalves, ex-mulher do músico, confirmou que ele era viciado em cocaína e era esse o motivo para os dois estarem separados há seis meses.

Na tarde de quarta-feira, a polícia de São Paulo havia anunciado que encontrara na casa de Chorão “uma substância branca, aparentando ser cocaína” e fotos mostravam o apartamento do cantor bagunçado e com a mobília quebrada. Ontem, após publicar um texto em que dizia amar o cantor “para sempre”, Graziela compareceu ao velório e ao sepultamento de Chorão, onde confirmou o vício dele em cocaína:

– Não era crack, era cocaína. Nós estávamos afastados em razão do que estava acontecendo com ele. Na verdade, eu estava tentando trazer ele de volta. Eu tentei tudo o que vocês podem imaginar. E infelizmente essa praga mundial, que é essa droga, acaba com tudo.

A estilista, que viveu com o cantor por quase 20 anos, agradeceu o carinho dos fãs e falou sobre o relacionamento com Chorão:

– Uma pessoa que só sabia dar, e por isso não ficou nada com ele. É tudo, é minha vida.

O sepultamento, que começou com 10 minutos de atraso, foi fechado para familiares e amigos. Entre os presentes, estava o baixista Champignon, ex-companheiro de Chorão no Charlie Brown Jr. Ele confirmou que “não tem como continuar” a banda sem o vocalista.

Depois do enterro, Champignon afirmou que a banda tem um disco gravado, que deve ser lançado em breve. A música Meu Novo Mundo, que faz parte do trabalho, já toca em rádios.

– Foi o que ele deixou. Além do legado, um álbum novo. Todos nós somos gratos a ele e, infelizmente, estamos aqui, nos despedindo dele.

Antes do enterro, na saída do velório, que aconteceu na Arena Santos, fãs cantavam músicas do Charlie Brown Jr. e empunhavam skates em homenagem ao cantor. O cortejo que seguia o carro com o corpo de Chorão passou pela pista de skate inaugurada por Chorão na cidade paulista e pela Vila Belmiro, estádio do Santos, time do coração do vocalista.


Últimos dias

SEGUNDA-FEIRA - Chorão chega ao apartamento em Pinheiros (zona oeste de SP). Ele pede para o motorista buscá-lo no dia seguinte para um compromisso profissional.

TERÇA-FEIRA
- 12h – No horário combinado, o motorista chega ao local. Chorão não atende o telefone.
- 20h – O motorista volta ao local e tenta chamar o músico, sem resposta. Ele liga para o segurança do cantor, que tenta localizar uma chave do imóvel.

ONTEM

- 4h – Com a chave do apartamento, os funcionários entram no imóvel e encontram o corpo do músico na cozinha. Os dois vão até o 14º DP (Pinheiros) relatar o ocorrido.
- 5h – O delegado vai até o apartamento e aciona o serviço médico do Samu. O corpo de Chorão é levado para o IML.



ZERO HORA 7 de março de 2013 | N° 17364

LUTO NA MÚSICA. Morte de Chorão choca os fãs

Autor de letras fortes, cantor tornou-se conhecido nos anos 90 e encarnava a imagem do jovem rebelde e contestador



Líder da bem-sucedida banda Charlie Brown Jr., o cantor Chorão foi encontrado morto na madrugada de ontem no seu apartamento em São Paulo. Aos 42 anos, o músico estava com mania de perseguição nos últimos tempos. De acordo com a polícia, o estado de paranoia fazia com que ele tivesse acessos de raiva, o que o levava a quebrar objetos e a mobília onde morava ou nos locais onde se hospedava.

Depoimentos ouvidos pela investigação sinalizaram que Chorão achava que estava sendo constantemente vigiado e filmado. Segundo o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Paulo (DHPP), ele passou por quatro hotéis nas últimas semanas. As mudanças teriam sido feitas por causa de desentendimentos com funcionários, mas não há ocorrências sobre os casos. Integrantes da banda tentavam contato com o cantor desde terça-feira. Segundo o delegado responsável pelo caso, Itagiba Franco, vizinhos chegaram a ouvir barulho de algo sendo quebrado na casa de Chorão na manhã de terça.

O cantor foi encontrado morto no chão da cozinha, de barriga para baixo, e com cortes nas mãos, nos pés e na cabeça. A polícia encontrou os cômodos revirados e com manchas de sangue. As autoridades também acharam “pequena quantidade de substância branca, aparentando ser cocaína, sobre a bancada da cozinha”. Havia, ainda, “por todo o apartamento, latas de cerveja, energético, garrafas de vinho etc.”, de acordo com o boletim de ocorrência registrado na 14º DP, de Pinheiros. Segundo o delegado, o cantor estava com a mão machucada, e as marcas de sangue no apartamento provavelmente eram desse ferimento.

Pelos depoimentos, Chorão chegou ao apartamento na segunda-feira e não saiu mais do local. A polícia acredita que a morte tenha ocorrido de segunda para terça-feira, devido ao estado em que o corpo foi encontrado. Na madrugada de ontem, um segurança e o motorista do cantor foram até seu apartamento, onde encontraram o corpo. Ontem, o velório seria realizado na Arena Santos, um ginásio poliesportivo da prefeitura de Santos. O sepultamento deverá ocorrer hoje, às 15h, no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos.

A repercussão da morte foi grande ao longo da quarta-feira e provocou comoção de fãs nas redes sociais. Às 10h30min, seis dos Trending Topics mundiais (lista que reúne os 10 assuntos mais comentados no Twitter) eram termos relacionados a Chorão. A banda americana Guns N’ Roses publicou uma homenagem no Facebook. A publicação lincava o vídeo de uma apresentação da banda em Chicago, em 2011, tocando a música Don’t Cry. Com o vídeo, foi publicada uma mensagem: “Em luto pela morte de nosso irmão brasileiro, descanse em paz, Chorão. Esta Don’t Cry é para você”.


quarta-feira, 6 de março de 2013

JOVEM TRAFICAVA EM CRUZ ALTA/RS

ZERO HORA ONLINE 6/03/2013 | 15h11

Jovem é preso por tráfico de drogas em Cruz Alta. Na casa dele foram encontradas 178 gramas de cocaína, um celular e R$ 144 em dinheiro

Fernando Goettems



Um jovem de 21 anos foi preso na manhã desta quarta-feira em Cruz Alta, no noroeste do Estado, por tráfico de drogas. 

A operação Boa Vista da Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão no bairro Penha e apreendeu, na casa do jovem, 178 gramas de cocaína, um celular, sacos plásticos para o embalo da droga e R$ 144 em dinheiro. Ele foi autuado em flagrante e encaminhado ao presídio de Cruz Alta.

Segundo a Polícia Civil, a quantidade de droga apreendida é suficiente para comercializar 200 doses de cocaína, que poderiam gerar um lucro estimado em R$ 10 mil. 

Outros quatros mandados de busca e apreensão foram cumpridos, porém, a até a tarde desta quarta-feira, não foram realizadas mais prisões.

ECSTASY EM PASSO FUNDO/RS

ZERO HORA ONLINE 6/03/2013 | 17h36

Apreensão de Ecstasy em Passo Fundo revela comércio elitizado de drogas. Polícia civil considerou a ofensiva como a maior apreensão de ecstasy já ocorrida na cidade

Marielise Ferreira


A prisão de quatro jovens na tarde de terça-feira, entre eles dois universitários, em Passo Fundo, no norte do Estado, desmantelou um esquema que mantinha um ponto itinerante de venda de drogas até uma sala comercial que funcionava como fachada para o crime. O inquérito pode revelar outros braços do tráfico na região.

A ofensiva começou com uma operação de rotina do Batalhão de Operações Especiais da Brigada Militar, que desconfiou da atitude dos jovens, três homens e uma mulher. Eles estavam em um Fiesta, parados no bairro São Cristóvão. Ao revistar o carro, os policiais encontraram com eles um tijolo com 23 gramas de maconha, 18 gramas de cocaína, 26 comprimidos de ecstasy e um pote de anabolizante. Toda a droga e os comprimidos estavam embalados em porções pequenas para a venda. No carro também foi encontrada uma balança de precisão e seis celulares.

_ Era um ponto de venda itinerante, tinham até um GPS e um mapa de Passo Fundo com uma rota traçada, que cruzava a cidade _ conta o delegado Diogo Ferreira.= Levados para a Delegacia de Polícia de Passo Fundo e a partir de informações dos presos em flagrante, policiais civis estouraram outro ponto de venda. Uma sala alugada em uma galeria comercial no centro da cidade, localizada com acesso fácil a shoppings e bares, era fachada para o estoque do produto. Ali, mais de 200 comprimidos de ecstasy foram apreendidos pela polícia.

Os jovens, que não tiveram seus nomes divulgados pela polícia civil para não atrapalhar as investigações, mostram o perfil do consumidor da droga em Passo Fundo. De classe média alta, os jovens de 22 e 23 anos são conhecidos em eventos na noite da cidade. Dois deles são universitários, a mulher no curso de Direito.

Droga de efeito prolongado comumente utilizada em festas, o ecstasy é considerado entorpecente elitizado, com custo equivalente ao da cocaína, até R$ 50 o comprimido.

_É a maior quantidade de ecstasy já apreendida na cidade e por ser fácil de esconder é ainda mais difícil sua apreensão _ salienta Ferreira.

Os quatro jovens estão no Presídio Regional de Passo Fundo desde a noite de terça-feira. Eles foram presos em flagrante por tráfico de drogas. Após a prisão, uma série de denúncias foi feita à delegacia de polícia de Passo Fundo, falando do envolvimento de outras pessoas no mesmo grupo. O caso será investigado pela Primeira Delegacia de Polícia de Passo Fundo.