COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

quarta-feira, 11 de março de 2015

MACONHA: O GRANDE NEGÓCIO DO SÉCULO 21

ZERO HORA 11 de março de 2015 | N° 18098.


POR SÉRGIO DE PAULA RAMOS*

* Psiquiatra, membro do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Estudos sobre Álcool e outras Drogas (Abead)


É certo que uma política centrada exclusivamente na repressão, que ficou conhecida como guerra às drogas, fracassou. Também é certo que países que investiram em prevenção, com leis adequadas e programas em escolas, conseguiram estabilizar os patamares de consumo ou mesmo torná-los declinantes.

Então, a pergunta que fica é: por que esse movimento internacional e bem orquestrado de legalização da maconha? Por que a insistência nessa alternativa, se todas as associações médicas estão alertando que o consumo dobrará, acarretando elevação dos problemas decorrentes desse consumo, mormente em jovens?

Por que respeitáveis empresas de mídia como The New York Times, Folha de S. Paulo e, agora, a RBS apoiam sua legalização?

A meu juízo, a resposta é simples. Todos os grandes negócios do mundo, tais como petróleo, armamentos, informática etc., alcançaram um nível estável. Não há um prognóstico que anteveja alguma chance de alavancagem expressiva de ganhos com eles.

Por outro lado, a maconha é um negócio que movimenta hoje US$ 140 bilhões/ano. Legalizando-a, como ocorreu em Portugal, seu consumo dobrará, e chegaremos a US$ 280 bilhões/ano. A indústria do tabaco fatura US$ 340 bilhões/ano e, suspeita-se, é a que tem vocação para explorar esse novo negócio. Portanto, podendo praticamente dobrar sua receita. Na carona, uma droga legalizada, mais cedo ou mais tarde, terá sua propaganda liberada, com o consequente lucro de agências e mídia. Logo...

Outro exemplo pode esclarecer meu ponto. Todos os veí- culos de mídia nos informam, a cada segunda-feira, sobre o número de mortes no trânsito ocorridas durante o final de semana. Com adequação, todos fazem a relação dessas funestas estatísticas com o consumo de bebidas alcoólicas. Por que será que nenhuma empresa de mídia é a favor da proibição da propaganda de bebidas alcoólicas? Elas sabem que, quando se proibiram as do cigarro, o consumo baixou. Por que, então, não são a favor de igual medida com o álcool?

Infelizmente o lucro é colocado acima da saúde pública, e maconha, prognostica-se, será o grande negócio do século 21. Uma droga legalizada, mais cedo ou mais tarde, terá sua propaganda liberada

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