COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

CRACK ATINGE 98% DAS CIDADES BRASILEIRAS.


Droga chega a 98% das cidades brasileiras - Zero Hora, 14/12/2010

O crack, uma droga que se concentrava em grandes centros urbanos, chegou definitivamente aos confins do Brasil. A pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) revelou que 98% das cidades brasileiras que responderam ao levantamento já registraram ocorrência com o entorpecente.

– O problema alcançou uma dimensão nacional. Não está mais nas grandes cidades, mas nas áreas rurais – apontou o presidente da CNM Paulo Ziulkoski.

Para o diretor do Centro de Pesquisa de Drogas e Álcool da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Flavio Pechansky, as características do tráfico facilitaram a expansão do crack para o interior.

– O transporte facilitado e o microvarejo levaram a droga para pequenas cidades – sustenta.

O resultado do estudo, que evidenciou essa interiorização do crack, levou Ziulkoski a criticar o Plano de Enfrentamento do Crack e outras Drogas, lançado em maio pelo governo federal, que limitou as ações somente para as cidades acima dos 20 mil habitantes.

– E não chegou nenhum centavo para os municípios – lamentou.

Sem recursos, as cidades não conseguem investir em estruturas de tratamento e prevenção. Pelo levantamento, somente 14,7% dos municípios brasileiros pesquisados afirmaram ter Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que oferece atendimento aos usuários de drogas. No Estado, esse índice é maior, 17,8%, mas também é considerado tímido pelas autoridades.

Especialista critica falta de coordenação no governo

Todas essas ações (conferir na fonte que o RS lidera ações contra o crack), no entanto, tem seu efeito comprometido pela falta de uma integração dos municípios com o Estado e o governo federal. Ziulkoski ressalta a importância das ações municipais, mas alerta para a falta um planejamento estratégico para enfrentar o problema no país.

– A desarticulação é muito grande ainda. Não há estratégia, um planejamento para combater o crack. Temos de fazer uma mesa federativa e integrada, do contrário será mais dinheiro posto fora – lamenta.

Para o diretor do Centro de Pesquisa de Drogas e Álcool da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Flavio Pechansky, essa falta de integração é explicada pela desarticulação entre os dois sistemas nacionais que deveriam indicar o norte das ações contra os entorpecentes.

– O Ministério da Saúde e a Secretaria Nacional Antidrogas têm leituras historicamente diferentes de como lidar com o assunto. Isso atrasou a integração e os movimentos preventivos – aponta Pechansky.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - E pergunto - Durante a campanha e promessas, quantos centros de saúde para o atendimento das dependências e assistência familiar foram construídos e implementados? Se não chegou "nenhum centavo para os municípios" fica claro que nada mudou. Familiares e dependentes continuam órfão do Estado e refém do tráfico.

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