Exemplo da luta contra o crack, por Osmar Terra - Zero Hora, 15/12/2010
O Rio Grande do Sul lidera o combate ao crack, segundo pesquisas da Confederação Nacional dos Municípios. É o Estado brasileiro onde os municípios têm maior volume de ações, basicamente preventivas, em relação ao assunto.
É claro que a competência das nossas administrações municipais é determinante nessa liderança e é notável o reforço dado pela mídia gaúcha, particularmente a campanha da RBS Crack, Nem Pensar, que estimula muito a mobilização comunitária e do setor público.
É bom lembrar que o crack hoje vitima 1% da população gaúcha e brasileira. É o mais grave problema de saúde pública do país.
Mas um fator muito importante e pouco citado na divulgação do assunto é o trabalho feito pelo governo do Estado, pelo Programa de Prevenção da Violência, que em 2007 detectou a gravidade da epidemia, criou um sistema de enfrentamento ao crack, único no país. Ele vai desde a capacitação de todas as equipes de Saúde da Família, equipes do PIM e profissionais de entidades conveniadas, para realizar a prevenção e acompanhamento das famílias.
No atendimento, o Rio Grande do Sul foi o Estado que mais ampliou leitos para atendimento do crack em hospitais gerais. Foram perto de mil leitos novos de 2009 para cá, em 86 hospitais regionais. Também fomos o primeiro Estado a credenciar e pagar comunidades terapêuticas, fazendas de recuperação para manter os dependentes em abstinência por longo perío-do de tempo. Também estimulamos a ampliação dos Caps (Centros de Atenção Psicossocial) numa velocidade e escala muito maiores que a dos outros Estados. Além disso, várias secretarias, em parceria com os municípios, promoveram atividades preventivas. A Secretaria da Segurança promoveu ações focalizadas na repressão ao tráfico de crack.
Assim, o governo estadual investiu nos últimos três anos mais de R$ 100 milhões de seus recursos para enfrentar a pior de todas as epidemias, que é a do crack.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Está de parabéns, o Secretário da Saúde do RS pelas muitas inciativas e vários investimentos neste área. Porém, pecou na falta de construção de Centros Especializados no Tratamento das Dependências e Assistência ao Familiar. Estes centros, distribuídos em todas as micro-regiões do Estado, são imprescindíveis para estabelecer uma solução próxima, fácil e alcançável para o tratamento de uma epidemia que repercute na ordem pública e nos sentimentos de famílias inteiras. Até agora, o RS, apesar de ser exemplo no país, promoveu medidas superficiais e insuficientes para tirar estas pessoas do sofrimento, do aliciamento pelo tráfico e da reincidência ao crime.
COMPROMETIMENTO DOS PODERES
As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.
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