COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

RS NA LIDERANÇA CONTRA O CRACK

Liderança contra o crack - Zero Hora Editorial, 15/12/2010

A boa notícia em meio a uma verdadeira tragédia disseminada pelo crack é que, no Rio Grande do Sul, 64,5% dos municípios estão mobilizados contra um problema hoje de características nacionais, colocando o Estado na liderança. O fenômeno, na avaliação da Confederação Nacional de Municípios (CNM), se deve particularmente a ações da mídia, como a campanha Crack, Nem Pensar, do Grupo RBS, que chamaram a atenção para um drama até então considerado tabu entre as famílias. Ainda assim, o fato de 98% das prefeituras do país que responderam ao questionário terem relatado casos de presença da droga dá uma ideia da gravidade do problema, para o qual o poder público só acenou até agora com promessas, não com respostas concretas.

Um aspecto preocupante e inadmissível é que, apesar das redes articuladas por prefeituras, igrejas, ONGs e centros comunitários para evitar que mais pessoas caiam na droga e para tratar das já escravizadas a ela, poucos municípios dispõem de recursos para isso. Além disso, o estrago provocado pelo crack já não se restringe a cidades urbanas de maior porte. O avanço é cada vez maior em direção às pequenas e, inclusive, no meio rural. Mesmo assim, as ações prometidas pelo governo federal foram direcionadas a cidades com mais de 20 mil habitantes e, até hoje, praticamente não saíram do papel.

A sociedade fez a sua parte ao denunciar uma calamidade silenciosa, alertando para a importância de o problema ser encarado sem preconceito por parte dos familiares. Esse tipo de mobilização, porém, precisa ser devidamente respaldado pelo poder público, que tem condições materiais e financeiras de enfrentar um desafio dessa magnitude.

As administrações municipais não podem fechar os olhos para o problema, que afeta as famílias da comunidade. O Rio Grande do Sul mostrou-se pioneiro e o mais ousado nesta luta. É fundamental, porém, que as prefeituras possam articular suas ações com os governos estadual e federal, pois não haverá ganhos nas dimensões necessárias sem um eficiente planejamento estratégico.

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