CONTRA O CRACK
A prefeitura do Rio deu início ontem à internação compulsória de adultos viciados em crack com uma megaoperação na cracolândia localizada às margens da Avenida Brasil, uma das principais vias expressas da cidade, na altura da Favela Parque União, no Complexo da Maré. A medida havia sido anunciada em outubro pelo prefeito Eduardo Paes (PMDB) e ainda divide opiniões em relação à sua constitucionalidade.
Dezenas de viciados, entre eles crianças e mulheres grávidas, foram levados a um abrigo da prefeitura, onde foram avaliados por equipes da Secretaria de Saúde. A entrada da favela Parque União tornou-se a maior cracolândia da cidade após a pacificação do Jacarezinho.
Iniciada de madrugada, a ação de ontem contou com agentes da Secretaria Municipal de Assistência Social, policiais militares dos batalhões de Choque, de Operações Especiais e da Maré, além de policiais civis e guardas municipais. As quatro pistas da Avenida Brasil foram fechadas por cerca de uma hora para evitar que viciados em fuga fossem atropelados. Houve correria.
Após o recolhimento de materiais usados como moradia pelos usuários, o espaço foi ocupado pela PM, que manterá viatura no local. Um posto móvel para o acolhimento voluntário de dependentes da droga também será implantado no espaço.
A iniciativa gera polêmica. Críticos da ação baseiam-se na legislação, que diz que uma pessoa só pode ser internada se for provado que ela é incapaz de tomar decisões.
Balanço
- Na madrugada, ação da prefeitura tirou 99 usuários de drogas da região.
- Trinta pessoas foram internadas voluntariamente e 39 foram encaminhadas a dois abrigos da cidade, onde passariam por nova triagem.
- Durante o dia, ao menos 30 usuários de crack retornaram para a calçada à beira da Avenida Brasil, em frente à Rua Teixeira Ribeiro, via de acesso à favela Nova Holanda, no Complexo da Maré, zona norte do Rio.
- Segundo o subprefeito da Zona Norte, André Santos, os usuários que retornaram para a via teriam escapado dos agentes mais cedo.
- Novas operações são cogitadas.
- A operação começa uma nova fase no combate ao uso de crack no Rio, com o processo de internação involuntária de adultos.
- O usuário passa por uma avaliação médica e se for reprovado é encaminhado para os hospitais credenciados no município.
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