REVISTA ISTO É N° Edição: 2291 | 11.Out.13
Agência internacional descredencia único laboratório brasileiro capacitado e, a oito meses da Copa, País precisa encontrar solução
Agência internacional descredencia único laboratório brasileiro capacitado e, a oito meses da Copa, País precisa encontrar solução
Wilson Aquino
PROBLEMA
Padrão de qualidade do laboratório da UFRJ caiu.
Por isso, ele perdeu a chancela da Wada
A oito meses da Copa, os organizadores do evento ainda não definiram como fazer os exames antidoping na competição. O único laboratório do País que era capacitado pela Agência Mundial de Antidopagem (Wada na sigla em inglês) para realizar os testes, o Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (Ladetec) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi descredenciado no final de setembro, após baixar o padrão de qualidade exigido pelo organismo internacional. O presidente da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Marco Aurélio Klein, disse à ISTOÉ que deverá contratar o laboratório de Lausanne, na Suíça, para realizar os testes na Copa. No entanto, o acordo depende de autorização da Fifa e da própria Wada.
À ISTOÉ a Wada informou que “está ciente da importância de buscar uma solução rápida para o programa de testes da Fifa antes da Copa do Mundo” e que a decisão de revogar o credenciamento do Ladetec foi tomada após uma revisão profunda da situação do laboratório, “lembrando que a Comissão Disciplinar da Wada já havia suspendido a acreditação do laboratório em agosto.”
A ideia de Klein é montar um laboratório-satélite, com técnicos e equipamentos de Lausanne no Brasil, para que os testes mais simples sejam realizados aqui. Os exames mais complexos devem ser feitos na Europa. O governo está investindo mais de R$ 15 milhões na construção de um novo laboratório na Ilha do Fundão, no Rio. Entretanto, a obra só deve ficar pronta às vésperas do evento. “Para a Copa do Mundo não dá mais. Mas para a Olimpíada de 2016 teremos um centro moderno que atende às exigências internacionais de qualidade”, prometeu Klein. A Wada deve creditá-lo em setembro de 2015.
Desde o descredenciamento do Ladetec, o material colhido no campeonato brasileiro tem sido analisado na Colômbia. O presidente da Comissão de Controle de Dopagem da CBF, Fernando Solera, não acredita que haverá problema de doping na Copa porque os atletas terão de fazer o passaporte biológico, espécie de banco de dados hormonal. Assim que desembarcarem no Brasil, todos os 832 atletas terão sangue e urina coletados. “A partir daí, vamos montar o perfil hormonal de cada atleta. Durante a competição, ele é submetido ao antidoping, e, além de pesquisar a presença de substâncias proibidas, verifica-se se há diferença hormonal. Em caso positivo, é aberta uma investigação”, explica Solera. O histórico de doping em futebol é pequeno se comparado com o de outras modalidades esportivas. Em todas as Copas, apenas três jogadores foram pegos: o haitiano Ernst Jean-Joseph, em 1974, o escocês Willie Johnston, em 1978, e Diego Maradona, da Argentina, em 1994.
PROBLEMA
Padrão de qualidade do laboratório da UFRJ caiu.
Por isso, ele perdeu a chancela da Wada
A oito meses da Copa, os organizadores do evento ainda não definiram como fazer os exames antidoping na competição. O único laboratório do País que era capacitado pela Agência Mundial de Antidopagem (Wada na sigla em inglês) para realizar os testes, o Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (Ladetec) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi descredenciado no final de setembro, após baixar o padrão de qualidade exigido pelo organismo internacional. O presidente da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD), Marco Aurélio Klein, disse à ISTOÉ que deverá contratar o laboratório de Lausanne, na Suíça, para realizar os testes na Copa. No entanto, o acordo depende de autorização da Fifa e da própria Wada.
À ISTOÉ a Wada informou que “está ciente da importância de buscar uma solução rápida para o programa de testes da Fifa antes da Copa do Mundo” e que a decisão de revogar o credenciamento do Ladetec foi tomada após uma revisão profunda da situação do laboratório, “lembrando que a Comissão Disciplinar da Wada já havia suspendido a acreditação do laboratório em agosto.”
A ideia de Klein é montar um laboratório-satélite, com técnicos e equipamentos de Lausanne no Brasil, para que os testes mais simples sejam realizados aqui. Os exames mais complexos devem ser feitos na Europa. O governo está investindo mais de R$ 15 milhões na construção de um novo laboratório na Ilha do Fundão, no Rio. Entretanto, a obra só deve ficar pronta às vésperas do evento. “Para a Copa do Mundo não dá mais. Mas para a Olimpíada de 2016 teremos um centro moderno que atende às exigências internacionais de qualidade”, prometeu Klein. A Wada deve creditá-lo em setembro de 2015.
Desde o descredenciamento do Ladetec, o material colhido no campeonato brasileiro tem sido analisado na Colômbia. O presidente da Comissão de Controle de Dopagem da CBF, Fernando Solera, não acredita que haverá problema de doping na Copa porque os atletas terão de fazer o passaporte biológico, espécie de banco de dados hormonal. Assim que desembarcarem no Brasil, todos os 832 atletas terão sangue e urina coletados. “A partir daí, vamos montar o perfil hormonal de cada atleta. Durante a competição, ele é submetido ao antidoping, e, além de pesquisar a presença de substâncias proibidas, verifica-se se há diferença hormonal. Em caso positivo, é aberta uma investigação”, explica Solera. O histórico de doping em futebol é pequeno se comparado com o de outras modalidades esportivas. Em todas as Copas, apenas três jogadores foram pegos: o haitiano Ernst Jean-Joseph, em 1974, o escocês Willie Johnston, em 1978, e Diego Maradona, da Argentina, em 1994.
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