JORNAL NOROESTE sexta-feira, 11 de outubro de 2013 09:02
Consumo de drogas se espalha
Adolescentes flagrados em pleno início de uma manhã desta semana, 'matando' aula na Praça Seca, consumindo bebida.
Do medo de consumir à banalização atual, o consumo de drogas em Santa Rosa impressiona pelos registros e ações policiais. "O jovem fuma um cigarro de maconha com a mesma naturalidade com que se senta em um bar para tomar uma bebida", compara o tenente Milton Szimanski, que comanda o patrulhamento da Brigada Militar. Só através de abordagens incertas, a BM faz pelo menos três apreensões de drogas a cada dia.
Santa Rosa não tem sua cracolândia, mas já apresenta pontos de concentração de consumo. Dados policiais indicam que a Praça 10 de Agosto, o Parcão e o Parque de Exposições são os pontos de maior concentração. A ação policial provoca o efeito ‘bexiga d'água’. "Quando apertamos o cerco em um dos pontos, os consumidores e traficantes se deslocam para outra área", explica o delegado de polícia Ubirajara Júnior. Um ponto novo de concentração de adolescentes ‘matando’ aulas, consumindo bebida alcoólica e provavelmente drogas é a Praça Seca, em pleno centro da cidade, atrás da prefeitura velha.
Os problemas maiores ainda estão escondidos pelo orgulho das pessoas. "Quando menores e adolescentes são denunciados, alguns pais reagem como se fosse uma acusação contra eles. Alguns são omissos", aponta Jaime Perin, conselheiro tutelar. Só uma escola de Santa Rosa denunciou junto ao Conselho Tutelar, neste mês, 17 casos de frequência irregular ou abandono dos estudos. "A maioria envolve casos de drogas. Os estudantes saem para estudar, mas ficam pelo caminho" diz Jaime.
Ubirajara Júnior acha que o consumo está disseminado por todos os pontos da cidade, especialmente nas vilas. "O crack é uma droga de pobres, de consumidores que não têm mais dinheiro para pagar a maconha" justifica. Ele assegura que a maciça maioria da droga consumida atualmente na cidade é adquirida diretamente nas bocas de fumo. Há casos de encomenda, o que justifica o elevado número de apreensões, mas sempre o argumento do abordado é que é usuário.
A Polícia Civil concentrou esforços nos últimos dias para fechar bocas de fumo nas vilas Auxiliadora e Bom Retiro. "Prendemos oito traficantes e acreditamos que lá o tráfico vai se acalmar" diz Ubirajara com um tom esperançoso. Ele sabe, porém, que o tráfico é muito dinâmico. Na Auxiliadora em muitos casos atendidos pela Brigada Militar, os patrulheiros foram recebidos com violência por traficantes. Para não ceder terreno, algumas operações noturnas tiveram que ser reforçadas com viaturas e soldados.
Nas frentes de combate ao tráfico, duas autoridades policiais manifestam preocupações. "A sociedade parece complacente com o avanço do consumo. Não há reação", diz Milton Szimanski. "Detecto omissão da sociedade local, mesmo que o consumo avance", alerta Ubirajara.
Consumo de drogas se espalha
Adolescentes flagrados em pleno início de uma manhã desta semana, 'matando' aula na Praça Seca, consumindo bebida.
Do medo de consumir à banalização atual, o consumo de drogas em Santa Rosa impressiona pelos registros e ações policiais. "O jovem fuma um cigarro de maconha com a mesma naturalidade com que se senta em um bar para tomar uma bebida", compara o tenente Milton Szimanski, que comanda o patrulhamento da Brigada Militar. Só através de abordagens incertas, a BM faz pelo menos três apreensões de drogas a cada dia.
Santa Rosa não tem sua cracolândia, mas já apresenta pontos de concentração de consumo. Dados policiais indicam que a Praça 10 de Agosto, o Parcão e o Parque de Exposições são os pontos de maior concentração. A ação policial provoca o efeito ‘bexiga d'água’. "Quando apertamos o cerco em um dos pontos, os consumidores e traficantes se deslocam para outra área", explica o delegado de polícia Ubirajara Júnior. Um ponto novo de concentração de adolescentes ‘matando’ aulas, consumindo bebida alcoólica e provavelmente drogas é a Praça Seca, em pleno centro da cidade, atrás da prefeitura velha.
Os problemas maiores ainda estão escondidos pelo orgulho das pessoas. "Quando menores e adolescentes são denunciados, alguns pais reagem como se fosse uma acusação contra eles. Alguns são omissos", aponta Jaime Perin, conselheiro tutelar. Só uma escola de Santa Rosa denunciou junto ao Conselho Tutelar, neste mês, 17 casos de frequência irregular ou abandono dos estudos. "A maioria envolve casos de drogas. Os estudantes saem para estudar, mas ficam pelo caminho" diz Jaime.
Ubirajara Júnior acha que o consumo está disseminado por todos os pontos da cidade, especialmente nas vilas. "O crack é uma droga de pobres, de consumidores que não têm mais dinheiro para pagar a maconha" justifica. Ele assegura que a maciça maioria da droga consumida atualmente na cidade é adquirida diretamente nas bocas de fumo. Há casos de encomenda, o que justifica o elevado número de apreensões, mas sempre o argumento do abordado é que é usuário.
A Polícia Civil concentrou esforços nos últimos dias para fechar bocas de fumo nas vilas Auxiliadora e Bom Retiro. "Prendemos oito traficantes e acreditamos que lá o tráfico vai se acalmar" diz Ubirajara com um tom esperançoso. Ele sabe, porém, que o tráfico é muito dinâmico. Na Auxiliadora em muitos casos atendidos pela Brigada Militar, os patrulheiros foram recebidos com violência por traficantes. Para não ceder terreno, algumas operações noturnas tiveram que ser reforçadas com viaturas e soldados.
Nas frentes de combate ao tráfico, duas autoridades policiais manifestam preocupações. "A sociedade parece complacente com o avanço do consumo. Não há reação", diz Milton Szimanski. "Detecto omissão da sociedade local, mesmo que o consumo avance", alerta Ubirajara.
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