Trinta são presos no sul do Estado - ZERO HORA 26/10/2011
O cumprimento de 40 mandados judiciais que levou 30 pessoas à prisão foi o saldo de uma operação da Polícia Federal coordenada pela delegacia de Jaguarão, no sul do Estado, ontem. Os presos são suspeitos de integrar uma quadrilha que traficava entorpecentes na região.
Investigado há mais de oito meses, o bando agia em três municípios. Por isso, a ação policial ocorreu paralelamente em Jaguarão, Rio Grande e Pelotas. Na primeira cidade, 19 pessoas foram presas, na segunda, 10 e, na última, uma. A polícia encontrou ainda 300 gramas de crack e 200 gramas de maconha. Três carros foram apreendidos.
Segundo o delegado Alexandre Quevedo, que coordenou as ações da chamada de Operação Vezeiro, os criminosos adquiriam as drogas com fornecedores de Rio Grande e, provavelmente, Porto Alegre. Os entorpecentes eram levados para Jaguarão e região. Há indícios de que alguns membros da quadrilha estejam envolvidos com homicídios, roubos e furtos na região.
Os nomes das pessoas presas não foram divulgados pela PF.
PF detém suspeitos de crimes no sul do país. Assaltante preso na Pasc articularia incursões de quadrilha pelo Paraguai.
A Polícia Federal (PF) cumpriu ontem 37 mandados de prisão contra suspeitos de praticar roubos, sequestros, homicídios, tráfico de drogas e armas e assaltos a ônibus de turismo no sul do país e ações violentas no Paraguai. No Rio Grande do Sul, a investida policial apontou a participação de duas pessoas no grupo, incluindo um dos parceiros do assaltante José Carlos dos Santos, o Seco, preso em 2006.
Conhecido como Gordo, Carlos Fernandes já estava detido na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). Ele é suspeito de articular as incursões da quadrilha pelo Paraguai, onde teria contato com traficantes de drogas. A mulher dele foi presa em São Leopoldo. A suspeita é de que ela servisse de intermediária entre Gordo e os quadrilheiros, em sua maioria, paranaenses.
Assim como ocorreu com outros presos pela chamada Operação Mercúrio, a PF tentava identificar a mulher na tarde de ontem. Além de se conhecerem só por apelidos, todos usariam identidades falsas, o que dificultava a confirmação de seus nomes.
A mulher recebia instruções do companheiro durante visitas íntimas, apontou a investigação da PF. Ela também viajaria a Curitiba para participar de reuniões com os criminosos. O delegado da PF da capital do Paraná, Fabiano Bordignon, disse que a mulher burlava o sistema de segurança da Pasc e entrava com celulares escondidos, os quais repassava a Gordo.
– Com isso (os celulares), Gordo conseguia se manter vivo no crime. Ele tinha vários contatos no Paraguai para venda de drogas e, nessas cargas, também traziam fuzis, que a quadrilha usava predominantemente na região metropolitana de Curitiba. Em troca, ele recebia uma participação no lucro da quadrilha – afirmou Bordignon.
A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) informou não ter recebido nenhum comunicado oficial da PF sobre o caso de Gordo, trancafiado na Pasc desde 2006, ao ser preso ao lado de Seco em uma operação da Polícia Civil gaúcha em Paverama. Por isso, preferiu não se manifestar.
Um dos focos da atividade dos criminosos presos ontem era o Paraguai. Além de trazer drogas e armas daquele país, a PF aponta o grupo como responsável por pelo menos duas ações violentas, no meio do ano. Em uma delas, roubaram um banco em Salto del Guairá. Em Ciudad del Este, tentaram abrir um caixa forte, mas o ataque foi evitado pela polícia paraguaia, com apoio da PF. Dois criminosos acabaram mortos. Em Santa Catarina e no Paraná, a quadrilha cometeu mais de 15 ataques a caixas eletrônicos.
A operação - Foram expedidos 39 mandados de prisão, mas dois não foram cumpridos – os suspeitos devem se apresentar hoje à PF. Além dos dois presos no Rio Grande do Sul, houve três prisões em Santa Catarina e 32 no Paraná.
COMPROMETIMENTO DOS PODERES
As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.
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