O ESTADO DE S.PAULO 25 de janeiro de 2014 | 2h 01
Laura Maia de Castro
Laura Maia de Castro
Alguns balançavam notas e brincavam: 'Táxi!'
Os beneficiários do programa Braços Abertos receberam ontem o primeiro pagamento referente a oito dias de trabalho. De acordo com a Prefeitura, cada um dos 302 participantes ganhou R$ 120 (R$ 15 por dia). O clima entre quem saía do Instituto Dom Bosco, no Bom Retiro, era de euforia. As notas eram balançadas no ar e os dependentes contavam o que queriam fazer com o dinheiro. Houve quem prometesse visitas à família e ao dentista. Mas alguns ainda falavam em comprar pedras de crack.
A primeira coisa que Maria Estela, de 38 anos, disse que faria com o salário era comer e beber um refrigerante. "O que quero mesmo é tomar um guaraná."
Márcio Alan, de 42 anos, não trabalhava desde que chegou à Cracolândia, há oito anos. Ele saiu do instituto brincando: "Táxi!", gritava. "R$ 60 serão para pagar tratamento de dente, mas também quero comprar bermuda e sandália". Segundo Alan, ele está ainda mais motivado para trabalhar.
Houve participantes que admitiram que parte do dinheiro iria para as drogas. "Vou comprar um condicionador, um desodorante e um vestido que custa R$ 10 lindo que vi numa loja. Mas não vou mentir que algum dinheiro do que sobrar vou usar para comprar uma pedra das boas", disse uma grávida de 3 meses. Segundo a Prefeitura, outros 14 participantes não compareceram ao local do pagamento e só vão receber na próxima semana.
No dia seguinte ao confronto, não havia tensão visível na área. O ônibus da polícia que fazia o monitoramento de imagens não ficou nem posicionado na esquina da Alameda Barão de Piracicaba.
Já o Conselho de Segurança de Santa Cecília saiu em defesa e afirmou apoiar a ação do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). "Ela se fez necessária e urgente para manter a ordem pública e o direito de ir e vir de todos cidadãos."
Com o 1º salário, dependente quer comprar 'vestido e uma pedra das boas'. Usuários do programa da Prefeitura recebem nesta sexta o primeiro pagamento pelos dias trabalhados como varredor
24 de janeiro de 2014 | 14h 38
Laura Maia de Castro - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Usuários de crack que trabalharam toda a semana no programa Braços Abertos, da Prefeitura de São Paulo, recebem o primeiro salário - R$ 15 por dia trabalhado como varredor - nesta sexta-feira, 24, no Instituto Dom Bosco, no centro, onde também farão curso de capacitação. "Vou comprar um condicionador, desodorante, um vestido que custa R$ 10 lindo que vi numa loja, mas não vou mentir que algum dinheiro do que sobrar vou usar para comprar uma pedra das boas", disse a dependente Daiane, que está grávida de três meses.
Laura Maia de Castro/Estadão
Inscritos no programa da Prefeitura são levados para fazer curso
Já o dependente R.G, de 35 anos, diz que quer comprar um celular. "Estou muito animado com o salário. Sou um guerreiro, mas também estou um pouco assustado de querer usar mais droga."
Prisões. A Polícia Militar prendeu duas mulheres acusadas de tráfico por volta das 11 horas desta sexta na Rua Barão de Piracicaba. De acordo com o tenente William Thomaz, coordenador da Operação PM Nova Luz, não houve tumulto e as mulheres foram presas durante abordagem. "Elas estavam com cerca de 150 pedras e R$ 800. Não houve tumulto como ontem", disse o tenente, referindo-se à operação da Polícia Civil que terminou em confronto na quinta-feira.
Os beneficiários do programa Braços Abertos receberam ontem o primeiro pagamento referente a oito dias de trabalho. De acordo com a Prefeitura, cada um dos 302 participantes ganhou R$ 120 (R$ 15 por dia). O clima entre quem saía do Instituto Dom Bosco, no Bom Retiro, era de euforia. As notas eram balançadas no ar e os dependentes contavam o que queriam fazer com o dinheiro. Houve quem prometesse visitas à família e ao dentista. Mas alguns ainda falavam em comprar pedras de crack.
A primeira coisa que Maria Estela, de 38 anos, disse que faria com o salário era comer e beber um refrigerante. "O que quero mesmo é tomar um guaraná."
Márcio Alan, de 42 anos, não trabalhava desde que chegou à Cracolândia, há oito anos. Ele saiu do instituto brincando: "Táxi!", gritava. "R$ 60 serão para pagar tratamento de dente, mas também quero comprar bermuda e sandália". Segundo Alan, ele está ainda mais motivado para trabalhar.
Houve participantes que admitiram que parte do dinheiro iria para as drogas. "Vou comprar um condicionador, um desodorante e um vestido que custa R$ 10 lindo que vi numa loja. Mas não vou mentir que algum dinheiro do que sobrar vou usar para comprar uma pedra das boas", disse uma grávida de 3 meses. Segundo a Prefeitura, outros 14 participantes não compareceram ao local do pagamento e só vão receber na próxima semana.
No dia seguinte ao confronto, não havia tensão visível na área. O ônibus da polícia que fazia o monitoramento de imagens não ficou nem posicionado na esquina da Alameda Barão de Piracicaba.
Já o Conselho de Segurança de Santa Cecília saiu em defesa e afirmou apoiar a ação do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). "Ela se fez necessária e urgente para manter a ordem pública e o direito de ir e vir de todos cidadãos."
Com o 1º salário, dependente quer comprar 'vestido e uma pedra das boas'. Usuários do programa da Prefeitura recebem nesta sexta o primeiro pagamento pelos dias trabalhados como varredor
24 de janeiro de 2014 | 14h 38
Laura Maia de Castro - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Usuários de crack que trabalharam toda a semana no programa Braços Abertos, da Prefeitura de São Paulo, recebem o primeiro salário - R$ 15 por dia trabalhado como varredor - nesta sexta-feira, 24, no Instituto Dom Bosco, no centro, onde também farão curso de capacitação. "Vou comprar um condicionador, desodorante, um vestido que custa R$ 10 lindo que vi numa loja, mas não vou mentir que algum dinheiro do que sobrar vou usar para comprar uma pedra das boas", disse a dependente Daiane, que está grávida de três meses.
Laura Maia de Castro/Estadão
Inscritos no programa da Prefeitura são levados para fazer curso
Já o dependente R.G, de 35 anos, diz que quer comprar um celular. "Estou muito animado com o salário. Sou um guerreiro, mas também estou um pouco assustado de querer usar mais droga."
Prisões. A Polícia Militar prendeu duas mulheres acusadas de tráfico por volta das 11 horas desta sexta na Rua Barão de Piracicaba. De acordo com o tenente William Thomaz, coordenador da Operação PM Nova Luz, não houve tumulto e as mulheres foram presas durante abordagem. "Elas estavam com cerca de 150 pedras e R$ 800. Não houve tumulto como ontem", disse o tenente, referindo-se à operação da Polícia Civil que terminou em confronto na quinta-feira.
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