COMPROMETIMENTO DOS PODERES
As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.
domingo, 17 de abril de 2011
EM BOCA FECHADA NÃO ENTRA MOSCA
Na semana que passou, o senhor Tarso Genro proferiu uma palestra em uma aula magna da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Nesse evento, foi aplaudido e gerou gargalhadas dos presentes. Pasmem, o assunto que gerou tal reação foi a posição do nosso governador com relação a maior tolerância à maconha.
Na ocasião, o senhor governador “também reconheceu que não foi por falta de vontade que ele não experimentou maconha na juventude”.
Conforme ele, “era porque as condições em que a gente vivia, trabalhando na clandestinidade, não permitiam adicionar mais uma questão de segurança. Apenas por isso. Mas dizem que é muito bom”.
Fazer tal afirmação é um modo sutil de dizer que vivia fora das leis, ou será que os traficantes, atravessadores de produtos roubados, assassinos e outros fora da lei também não vivem na clandestinidade?
Também afirma nosso governador que “a Cannabis sativa (nome científico da planta da maconha) é diferente da heroína. Muitos especialistas dizem fazer menos mal do que o cigarro. Dizem. Eu nunca vi uma pessoa matar por ter fumado um cigarro de maconha”.
Com relação a esta afirmação, eu gostaria que o nosso governador participasse apenas uma vez de um grupo de apoio ou tivesse tempo de ouvir um pai ou uma mãe que tem seu filho dependente dessa droga. Ele veria que o grande mal dessa droga está na destruição das relações familiares, além, é claro, das doenças que essa droga traz, sendo as sequelas mentais as mais graves. Quanto ao fato de ele não saber de alguém que matou por ter fumado um cigarro de maconha, eu também não tenho conhecimento, mas aqueles que fumam o segundo, terceiro, quarto... estes agridem, mentem, roubam e, quando a maconha não tem mais o efeito desejado pelo estado de dependência, partem para outras drogas e muitos chegam ao crack, que hoje é chamado a pedra da morte, que a mídia nos mostra diariamente que esta droga mata o usuário e este mata para ter condições de ter a droga.
Em 2009, o senhor Tarso, falando na CPI da Violência sobre a proposta do Ministério da Justiça de acabar com a prisão para pequenos traficantes, disse: “Não os identifico como pequenos traficantes, mas como jovens que são vítimas dos grupos criminosos. Eles são aparelhados pelo crime e acabam incorporados pela estrutura porque não têm alternativas”.
Com relação a esta posição, quero lembrar o senhor governador de que esses jovens “não têm alternativas” porque nossos governantes, que deveriam prover as oportunidades de estudo e emprego, não o fazem, levando muitos deles, com uma estrutura familiar frágil, ao crime, que é extremamente organizado. Temos que ter a consciência de que as drogas chegam aos dependentes por esses jovens “sem alternativas”, pois os grandes traficantes estão em total proteção na clandestinidade, inclusive nas penitenciárias, gerindo suas “organizações criminosas”.
Eu gostaria muito de ter 30 minutos do precioso tempo do nosso governador não apenas para mostrar a ele os malefícios da maconha e outras drogas. Mas, sim, para levar alguns pais que tenham esse tipo de problema em seus lares para que o senhor governador ouvisse a verdadeira realidade em que vivem essas pessoas.
Pensar todos podem, mas algumas pessoas, pela posição que ocupam perante a sociedade, deveriam medir melhor o resultado e a força que têm suas palavras.
Ser aplaudido por futuros profissionais das mais diversas áreas por defender uma maior tolerância à maconha me assusta, pois faz pensar que teremos que ter no futuro mais tolerância também com heroína, LSD, cocaína, êxtase, crack e tantas outras drogas que temos hoje no mundo.
SILVIO HOLDERBAUM, PUBLICITÁRIO - ZERO HORA 17/04/2011
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