COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

DE VICIADA A VOLUNTÁRIA


ZERO HORA 14 de setembro de 2012 | N° 17192

GUERRA À PEDRA

Em 2008, com dois filhos e um longo histórico de consumo de bebida, maconha, cocaína e crack, uma jovem da Capital desistiu de si mesma. Encharcou-se de álcool e ateou fogo.

– O crack me devastou. Eu queria me matar – explica.

Depois de um mês de internação para recuperar-se das queimaduras, a mulher, hoje com 34 anos, começou tratamento para dependência no Hospital Presidente Vargas. Abstinente há três anos, teve um terceiro filho, de um ano e 11 meses, e virou voluntária no projeto do Cpad no Clínicas, ajudando outras mães a lutar contra o vício:

– As pessoas acham que não há solução para elas, como eu achava que não havia para mim. Pegava meu dinheiro e gastava em drogas. Estou comprando apartamento, fazendo autoescola e investindo nos filhos. E o principal foi ter a família de volta.

Ontem, ela foi ao Clínicas com a mãe, de 50 anos. Tempos atrás, as duas nem se falavam. A mãe conta que as decepções haviam sido tantas que não queria mais saber da jovem.

– Minha vontade era nunca mais vê-la. Ela sumia, e tive de ir muito ao DML para ver se não estava entre os cadáveres – conta a mãe.

Outra voluntária do grupo, de 26 anos, começou a usar crack aos 19, quando já tinha uma criança. Aos 22 anos, durante a segunda gravidez, decidiu que precisava vencer a droga.

– Foi o bebê que me motivou. Me dei conta quando comecei a vender tudo para comprar droga, até as roupinhas do meu filho – conta.

A jovem procurou um posto de saúde, que a encaminhou ao Presidente Vargas. Depois de ter o segundo filho, ela passou a ser acompanhada pelo Clínicas, de onde nasceu seu envolvimento no projeto:

– Sou voluntária para mostrar que é possível ter outra vida. Cada dia que vou me fortalece. Às vezes não quero ir, como hoje (ontem). Fui para avisar que não ia participar, mas fiquei.

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