ZERO HORA 10 de setembro de 2012 | N° 17188
PORTO ALEGRE - Garçom mata namorada e uma amig
LETÍCIA BARBIERI
Na
tentativa de impedir que o namorado continuasse a se drogar, a auxiliar
de telemarketing Karina Teixeira Gonçalves, 23 anos, foi morta a
facadas. Ao intervir, uma amiga também foi assassinada. Com o duplo
homicídio no bairro Rubem Berta, na Capital, o feriadão de 7 de Setembro
alcançou pelo menos 20 assassinatos no Estado entre a sexta-feira e
ontem.
No crime do Rubem Berta, passava das 4h quando o garçom Diego
André Marroti Borges, 23 anos, já tinha consumido três pedras de crack,
misturadas a álcool e cocaína.
A essa altura, o tratamento contra a
dependência tinha mais uma batalha perdida, mas Karina tentou impedir o
consumo da quarta pedra. A intervenção deixou Borges descontrolado. Em
busca da droga, ele desferiu facadas contra a companheira.
Thaize Pureza
de Souza, 25 anos, que dividia aluguel com o casal, deixou a filha de
quatro anos no quarto e tentou socorrer a amiga. Também foi golpeada.
O
jovem correu para a rua em busca de socorro e ligou para a Brigada
Militar. Guiou os policiais até os corpos e contou o porquê do horror.
Ele foi preso em flagrante, e as duas facas de cozinha usadas no crime
foram encontradas.
Os pais de Karina souberam da tragédia quando
chegaram à casa para o almoço de domingo.
ENTREVISTA - “Estou me sentindo um lixo” - Diego André Marroti Borges - garçom
Com as mãos ainda manchadas de sangue, o garçom Diego André Marroti Borges, 23 anos, conversou com o Diário Gaúcho:
Diário Gaúcho – O que houve?
Diego André Marroti Borges – Eu misturei droga e bebida. Queria sair para buscar mais droga e ela tentou me impedir.
Diário – Era para o teu bem.
Borges – Sim, mas eu estava numa tremedeira, fora de mim. Fui no automático, peguei a faca e acertei ela. A amiga dela tentou ajudar, mas daí eu acertei ela também.
Diário – Foi por causa do crack?
Borges – Sim. Em sã consciência, jamais teria feito isso. Estou me sentindo um lixo. Quando eu levei os policiais lá, não sabia mais se eu era gente. Virei um bicho.
COMPROMETIMENTO DOS PODERES
As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.
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