COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

domingo, 2 de setembro de 2012

MACONHA, MILHÕES E PERGUNTAS...

Jornal > Polícia

CORREIO DO POVO, 02/09/2012
 

Oscar Bessi Filho



Vamos pensar juntos: abasteceriam um Território da Paz com erva. Para os cachimbos da paz. Se a quase meia tonelada de maconha, apreendida sexta-feira pela Polícia Civil, vale R$ 2 milhões, então esta droga ainda tem um considerável valor de mercado? E não caiu em desuso, mesmo com todas as outras bem mais devastadoras, inventadas recentemente? Maconha ainda atrai a garotada? Deixa traficante milionário? Um enigma aos criadores do lucro fácil e do consumo desmedido. Afinal, foram eles que inventaram esta coisa de traficar e viciar as massas. Eles. Os mesmos que pedem desesperadamente forças-tarefas para combater o que plantaram. Uau.

Grana?! Rá! Eis a chave. Quando se movimenta uma baita estrutura de fabricação, produção e distribuição - sem contar, claro, a indispensável corrupção para se chegar até onde precisa - para trazer algo, não é para sair perdendo. Azar? Só de quem a combate. Aos que defendem a maconha com argumentos do tipo é inofensiva, aíãn, sei lá, nadavê, pergunto: por que, então, ela é tão valiosa? Calculemos. Como o quilo de maconha no Paraguai custa mil e chega a 5 mil, se nem a desculpa usual do contrabandista - preço livre de impostos - há? Baita negócio. Melhor do que a Bolsa. Aplicação de risco? Só se a Polícia aparecer.

Agora, se liberarem o consumo de maconha e outras drogas - e legalizar o tráfico, pois o sujeito vai ter que comprar de alguém - , ela ficará bem mais cara. Só de imposto. E gerará uma onda ainda maior de crimes, como roubos e furtos, praticados para financiar a sua compra pelos desesperados. Fora que o estímulo à produção gerará uma invasão de laxante nas criações de gado, pois a mistura da erva com esterco é praxe neste comércio. Ih. Vai dar desequilíbrio ambiental. Aviso por avisar.

E pergunto (por perguntar), será que há alguém de olho nos milhões que a maconha pode render? Ora, toda arrecadação também pode virar um negócio dos bons. É só saber superfaturar. Quanto valeria esta meia tonelada, com impostos? Hum. Talvez seja uma boa estratégia. No discurso, libera a droga e investe o dinheiro arrecadado na saúde. Para recuperação dos novos usuários, lógico. De quem mais? Na prática, vai piorar o que já está ruim, como vagas e atendimento em hospitais públicos. Aí, tentarão impedir o consumo, ora liberado, como se faz hoje com o cigarro. Gastando com campanhas e aumentando impostos. Mas, se um cigarrinho de maconha equivale, em estragos ao corpo, a 40 cigarros comuns fumados ao mesmo tempo, o prejuízo público não pode virar um rombo? Ih. Complicou. Só voltando com a CPMF para nos salvar. Tá. Mas só falei por falar.

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