COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

quinta-feira, 1 de março de 2012

DANO À SOCIEDADE

EDITORIAL ZERO HORA 28/02/2012

Além dos prejuízos irreversíveis que causa aos usuários, a suas famílias e a seus círculos de amigos, o consumo de drogas no país representa um dano significativo para toda a sociedade. O custo financeiro já é elevado para as empresas de maneira geral, nas quais predominam as ausências ao trabalho e a queda no rendimento dos funcionários devido principalmente à dependência de cigarro, álcool, maconha e cocaína. O problema começa a pesar de forma significativa e acelerada também para o setor público, com ênfase na Previdência, devido acima de tudo à rápida progressão e ao poder devastador do consumo de crack. Esta é uma tendência que precisa ser detida de imediato.

Dados oficiais demonstram que, só no ano passado, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concedeu quase 125 mil auxílios-doença a dependentes químicos. O custo total foi de R$ 107,5 milhões em recursos públicos – dinheiro que poderia ser aplicado na educação, na saúde de pessoas que não buscam o prazer letal e em melhorias para todos. Simultaneamente, em oito anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou um aumento de 900% no número de atendimentos a usuários de drogas. Os dados oficiais deixam evidente a necessidade de ações mais articuladas para o enfrentamento do problema.

O poder público dispõe de mais estrutura e mais recursos financeiros para reduzir os efeitos devastadores do consumo de drogas, mas precisa atuar em conjunto com a sociedade para enfrentar o desafio com um mínimo de eficiência. Parte dos problemas pode estar relacionada justamente ao fato de, até hoje, o poder público agir às escuras, por não dispor sequer de estatísticas consistentes nessa área.

A redução dos efeitos das drogas depende acima de tudo de ações preventivas. Mas, para que os resultados se mostrem o esperado, é preciso evitar o mau uso do dinheiro público tanto nas ações de governo quanto nas empreendidas em conjunto com entidades da própria sociedade.

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