GOLPE NO TRÁFICO. MARIELISE FERREIRA | ERECHIM/CORRESPONDENTE, ZERO HORA 09/03/2012
O envolvimento de membros de duas famílias de Erechim, no norte do Estado, no tráfico internacional de drogas veio a público ontem com a desarticulação de duas quadrilhas pela Polícia Federal de Passo Fundo. Com braços no Estado, em Santa Catarina e no Paraná, eram responsáveis pela movimentação de cerca de até 50 quilos de drogas por mês, que passavam pela fronteira brasileira.
A Operação Progresso começou em julho de 2011 e, durante oito meses, levou para a cadeia 30 pessoas envolvidas no esquema, liderado pelas duas famílias. Foram apreendidos 41 quilos de cocaína e 332 quilos de maconha, além de 11 carros usados no comércio de drogas.
O encerramento da operação começou na madrugada, com mais de 80 policiais cumprindo mandados nos municípios gaúchos de Erechim, Passo Fundo e Porto Alegre e em Caçador (SC) e Foz do Iguaçu (PR).
– Não havia ligação entre as duas quadrilhas, apenas compartilhavam o mesmo fornecedor em algumas ocasiões – salienta delegado Fabricio Argenta.
Durante a investigação, a Polícia Federal apurou que as quadrilhas faziam viagens semanais, com quantidades que variavam entre quatro e 10 quilos de droga cada vez, escondidas em compartimentos secretos dos carros.
As quadrilhas tinham potencial para movimentar de 20 a 50 quilos de droga por mês.
O ESQUEMA
- Duas células de tráfico agiam de formas diferentes para distribuir a droga. Uma das famílias, moradora do bairro Progresso, em Erechim, tinha contatos em Foz do Iguaçu, que traziam a droga até a cidade gaúcha.
- A outra célula agia com ramificações em Caçador (SC) e em Foz do Iguaçu (PR). O pai, residente em Erechim, era o mentor da quadrilha. Um dos filhos mantinha um ponto em Foz do Iguaçu que funcionava como um entreposto para receber a droga do Paraguai. Dali, o produto era enviado para Erechim e Caçador, onde outros dois irmãos vendiam a droga.
COMPROMETIMENTO DOS PODERES
As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.
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