“A droga é devastadora”. Heliomar Franco, delegado da Polícia Civil - ZERO HORA 31/07/2011
Na avaliação do delegado que coordena as investigações do Denarc, o laboratório revela que a droga começa a se disseminar no Estado. Leia os principais trechos da entrevista concedida a Zero Hora na sexta-feira:
Zero Hora – O que representa um laboratório de produção de óxi no Rio Grande do Sul?
Heliomar Franco – Revela que a droga está sendo comercializada de forma regular, a partir de uma produção local. Isso nos preocupa.
ZH – Pode haver outros?
Heliomar – Sim. Não são apenas os Bala na Cara que têm a técnica de refino no Estado. O que muda, no caso do óxi, é a decisão de usar componentes menos nobres e ainda mais letais na produção, como querosene. Ao passo que as investigações avançam aqui e no resto do país, outros laboratórios devem ser descobertos.
ZH – Outros bandos estão produzindo óxi?
Heliomar – A droga já foi encontrada em outras regiões do Estado (Erechim e Santa Maria). Não sabemos a origem, se veio de fora ou se foi produzido aqui. Há também o fato de ser uma nova droga que, em algumas vezes, pode estar sendo apreendida como crack. Nós, por exemplo, levamos mais de um mês aguardando exames laboratoriais quando houve a primeira apreensão na Capital.
ZH – Quais as medidas para evitar o avanço do óxi?
Heliomar – Além das investigações, é preciso campanhas de educação: os usuários de óxi pensam estar fumando crack. De alguma forma, isso precisa chegar até eles. Cinco ou oito anos de crack valem por um de óxi. A droga é devastadora.
COMPROMETIMENTO DOS PODERES
As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.
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