COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

CRACK, TUDO DE NOVO


EDITORIAL ZERO HORA 07/12/2011

Depois da frustrada tentativa do governo anterior de pôr em prática uma ação coordenada de combate ao crack e de auxílio aos dependentes e familiares, um novo plano oficial está para ser anunciado, com a pretensão, no papel, de contribuir de fato para atacar o problema. Como as tentativas anteriores se restringiram mais a prestar satisfações à sociedade do que em resolver de fato esse drama, o novo plano precisa ter ações bem definidas num horizonte de curto e médio prazos. Entre elas, estão as de caráter preventivo e as destinadas a ampliar oportunidades para quem se escravizou à droga e precisa sair dela, o que só tende a ocorrer com tratamento especializado.

Diante de uma droga de efeito tão letal, não bastam boas intenções, que sobravam até mesmo na tentativa feita pelo governo anterior. O problema chegou a ser definido pelo próprio ministro da Saúde, Alexandre Padilha, como uma epidemia que avança num ritmo muito superior ao das ações oficiais de combate. Pelas suas dimensões, portanto, esse é um desafio que precisa ser enfrentado de forma conjunta com a sociedade, mas ancorado numa estrutura que só o poder público tem condições de oferecer, mas não está conseguindo.

Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) revela que mais de 90% dos municípios brasileiros têm registros de consumo de crack. Em muitos deles, a situação assume proporções críticas, colocando em risco o futuro de crianças e adolescentes. Ainda assim, apenas 19% das cidades têm Centros de Atenção Psicossocial (Caps), responsáveis pelas internações, e só 12,4% contam com conselhos antidrogas, que cuidam das políticas de enfrentamento locais.

Nesse ambiente de carências generalizadas, uma espécie de PAC do Crack como o previsto para ser anunciado só tem sentido se visar a uma mudança rápida e radical nesse cenário. O pressuposto para isso é que, ao contrário do frustrado plano anterior, o próximo possa realmente sair das intenções e contribuir para socorrer quem se enredou na droga e não tem como se livrar dela sozinho.

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