WANDERLEY SOARES, O SUL, 08/12/2011
Combate ao tabagismo vence mais etapas que a guerra contra o crack.
Representantes da OMS (Organização Mundial da Saúde), do CFM (Conselho Federal de Medicina) e do Congresso Nacional, estão empreendendo uma nova etapa contra o cigarro e sem usar de panos-quentes. O objetivo é levar ao ponto zero qualquer tipo de propaganda do tabagismo. Coincide este debate com o lançamento pelo governo federal de um novo plano de combate ao crack. Como um humilde marquês, aqui da minha torre, questiono, angustiado, o que seja, exatamente, a propaganda de um produto nocivo à saúde. No caso das drogas lícitas a questão do tabaco está bem clara, o mesmo não ocorrendo com as bebidas alcoólicas e até mesmo com a maconha. Nessa moldura, entendo que o novo plano do governo contra o crack irá, em primeiro plano, reforçar a posição dessa droga nas edições de todos os veículos de comunicação do País, o que deverá ser benéfico de um lado e, ao mesmo tempo se transformar num grande desafio para os poderosos traficantes de drogas e uma tentação maior para os neófitos em seu consumo. Sigam-me
Linha tênue
Absurdo seria usar este espaço para dizer não a um novo projeto contra o crack, embora envolva um leque de tamanha dimensão que dele não se poderá esperar nenhum milagre. No entanto, destaco que o crack jamais teve propaganda em qualquer veículo de comunicação e, hoje, alcançou, com força, todos os municípios brasileiros. Parece-me que o novo plano não tem características de campanha e, sim, chega como um trabalho permanente e crescente e se não for assim não será necessário convocar uma pitonisa para prever seu fracasso ou, na melhor das hipóteses, virar num paliativo permanente. Digo ainda que, pelas minhas experiências anteriores nesse campo, é fácil saber ser extremamente tênue a linha que separa a informação, oficial ou não, sobre drogas, sem que se transforme num instrumento de propaganda favorável à ação de quadrilheiros. Ainda não sei se o plano governamental atentou para isso.
Leitos
O Ministério da Saúde anunciou ontem que o atendimento a usuários de drogas no País cresceu dez vezes em oito anos. A média mensal saltou de 25 mil para 250 mil atendimentos na rede pública. Pelo novo plano contra o crack, serão criados dois mil e 400 leitos em todo o País para o tratamento de viciados
COMPROMETIMENTO DOS PODERES
As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.
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