COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

ÁLCOOL E DROGA NÃO COMBINAM COM O ESPORTE

Irineu Gehlen, advogado - JORNAL DO COMERCIO, 11/11/2011

É consabido, público e notório que o alcoolismo está destruindo e infernizando a vida e a saúde dos jovens brasileiros. Eles estão aprendendo a beber desde muito cedo.

Este fato revela a devastadora tragédia do alcoolismo no Brasil. As pesquisas médicas demonstram que o cérebro dos jovens até os 25 anos está ainda em formação e é extremamente sensível às agressões químicas. Aqueles que despertarem a tempo poderão recuperar parte da massa cerebral perdida na área responsável pelo equilíbrio, que também sofre alteração com o álcool, o cerebelo. A memória também é atingida pela bebida. O córtex pré-frontal é a área mais atingida por aqueles que ingerem este maldito produto. Um percentual significativo de jovens que começam a beber antes de completar 14 anos se torna dependente químico.

Anos depois da ingestão contínua, a história mostrará que o corpo tem limites. Diante da gravidade dos fatos e considerando que o alcoolismo grassa livremente em todos os recintos hípicos do País de uns anos para cá, estamos nos afastando dessa prática esportiva até que, um dia, as entidades responsáveis pelos eventos da nobre arte do hipismo tomem consciência e extirpem do seu meio as bebidas alcoólicas.

É inconcebível que se permita a livre circulação de álcool no seio das associações promotoras e sob os olhos pacientes das federações. O mais grave de tudo é que os equitadores menores - estes protegidos pela legislação - participam em igualdade de condições com os demais.

Não faço, aqui, nenhuma exceção. Em todos os lugares que estivemos integrados a campeonatos municipais, estaduais e nacionais, as coisas sempre se repetiram. Como pai de família - mesmo que não o fosse -, como cidadão, como profissional do Direito, intransigente defensor das boas relações sociais e da saúde pública, não poderia deixar de fazer, em nome do bem comum, este protesto, que, não tenho dúvidas, é pertinente e procedente.

É tão verdade que o próprio estado do Rio Grande do Sul está examinando projeto que estabelece rigor para a venda de álcool a menor. Somente com vontade política e leis duras e firmes poderemos amenizar esta calamidade pública que está se instaurando neste País.

Entretanto, gize-se, por oportuno, que a maior tarefa deverá ser delegada aos pais no âmbito de suas respectivas famílias. O mutirão para combater o álcool e a droga deve ser da sociedade como um todo, tendo o Estado a função fiscalizadora e coordenadora.

Deve ficar muito claro que o álcool e a droga são incompatíveis com o esporte que é a metáfora da saúde pública, da paz e da cordial convivência entre os povos.

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