EDITORIAL CORREIO DO POVO, 18/11/2011
Criar observatórios nacionais para monitorar os movimentos dos traficantes de drogas na América do Sul é uma das propostas em estudo no Conselho Sul-Americano sobre o Problema Mundial das Drogas da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que está sendo realizado a partir desta quinta-feira em La Paz, na Bolívia, com encerramento hoje. Representantes de 11 países que integram a entidade estão reunidos para debater mecanismos de integração na luta contra organizações criminosas que atuam nesta parte do continente, causando aumento da criminalidade em todas as nações e confrontando a ordem interna.
Para o vice-ministro de Ordem Interna do Peru, Luis Alberto Otálora, o projeto de resolução a ser apresentado pelo fórum deverá conter medidas concretas para a implementação dos observatórios. Já para o ministro boliviano de governo (Interior), Wilfredo Chávez, os centros existentes em cada país-membro da Unasul precisam ser fortalecidos e devem ser criados instituições e órgãos especializados para identificar pessoas e quadrilhas que se especializaram nesse tipo de comercio internacional ilícito, que movimenta rendas astronômicas todos os anos.
A reunião do Conselho está articulando o seminário em cima de cinco eixos temáticos. São eles a contenção da demanda, desenvolvimento alternativo integral e sustentável, diminuição da oferta, medidas de controle e combate à lavagem de dinheiro. Em cima dessas diretrizes, será possível elevar a qualidade do enfrentamento com os traficantes que atuam em redes além-fronteiras.
O encontro tem o aval da Organização das Nações Unidas (ONU) para operacionalizar medidas aprovadas, conforme declarou o representante local do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC), César Guedes. A luta contra o tráfico ganha novo alento com as tratativas entre os países sul-americanos, que irão agir em conjunto frente a um inimigo comum.
COMPROMETIMENTO DOS PODERES
As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.
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