COMPROMETIMENTO DOS PODERES

As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ALICE NO PAÍS DAS PEDRAS

Alexandre Dido Balbinot, professor - ZERO HORA 03/11/2011

O advento da vasta propagação do uso de substâncias psicoativas tanto lícitas quanto ilícitas pela sociedade, que ceifa vidas e desestrutura inúmeros lares, tem preocupado a sociedade em geral. Não à toa, pois nossos jovens estão suscetíveis, e em risco constante. Muitos fazem o uso em determinada situação para poder ingressar em determinado grupo social; ou por curiosidade; ou até mesmo como alívio para sofrimentos cotidianos.

Este último aspecto lembra Alice no País das Maravilhas, no qual a jovem Alice (como tantas outras moças, e rapazes também), num momento de forte estresse, utilizou como estratégia a fuga, através do país das maravilhas. Isto parece familiar, quando nossos jovens buscam conforto e alívio pelo uso de substâncias psicoativas, podendo criar seus mundos e se fortalecerem.

Outro aspecto que aproxima essa história da rea-lidade é a existência de poções. Poções essas com as mais diversas funções. Pode-se virar um gigante, ou ao contrário, ficar tão diminuído ao ponto de quase desaparecer. Espere aí, através das drogas os sujeitos que fazem o uso também ficam mais fortes; somem; ganham superpoderes; viram heróis... (mesmo que seja apenas uma percepção singular e momentânea).

Mas poções existem várias, e para ser ainda maior, ou ter outra supercaracterística, é preciso utilizar algo que seja mais forte. Nessa progressão por algo mais forte, muitos acabam encontrando o mundo das pedras, do crack e do óxi, que dão superpoderes, mas, ao contrário das poções de Alice, cobram um preço às vezes caro demais. Além disso, as poções têm tempo limitado de efeito, e é necessário utilizar mais... e mais... e mais...

Na história de Alice (como em tantas outras da literatura), observamos um final feliz, com Alice saindo sozinha desse seu mundo, retornando à sociedade sem prejuízos e fortalecida. Já em nossa sociedade, observamos que nem é possível dizer, ao final, “...e viveram felizes para sempre...”, ao contrário, observamos perdas e sofrimento, não só do sujeito que realiza o uso, mas da sociedade que o cerca.

Talvez já tenha passado o momento de cada um procurar ser um tanto quanto fora a Rainha Branca, e utilizar-se de engenhocas e apetrechos para auxiliar a quem necessite sair desse país das pedras, que, ao contrário do mundo de Alice, não é assim maravilhoso. Ou ser como o Chapeleiro Louco, que, além de proteger, também busca mostrar o caminho mais sadio a ser seguido. E assim poderemos também comemorar um final mais alegre e digno para a sociedade.

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