Crise de abstinência do crack assusta médicos. Crianças internadas no Rio têm três surtos de 40 minutos por dia. Jornal do Brasil - Caio de Menezes - 15/06/2011
Um acordo entre o Ministério Público, a Vara da Infância da Juventude do Rio de Janeiro e a Secretaria Municipal da Assistência Social determinou que crianças e adolescentes apreendidos enquanto consomem crack, se comprovado o vício, serão internados de forma compulsória para tratamento da dependência.
O Jornal do Brasil visitou a Casa Viva, espaço em Laranjeiras (Zona Sul do Rio), para onde são levados os meninos e meninas abordados nas cracolândias da cidade. Funcionando desde o último dia 25, o abrigo, que tem capacidade para 25 pessoas, conta hoje com oito internos.
Ex-viciado ajuda a salvar garotos dependentes de crack. Jornal do Brasil - Caio de Menezes
No abrigo onde estão internados compulsoriamente oito meninos e meninas dependentes de crack encontrados nas ruas do Rio, merece destaque um homem robusto e com cara de mau. Além do tamanho, chama a atenção em Sávio Fernandes, de 38 anos, um dos nove educadores que trabalham na Casa Viva, em Laranjeiras (Zona Sul do Rio) o fato de ser ele um ex-dependente químico. Há dez anos livre das drogas, Sávio viu nesse trabalho a oportunidade de ajudar alguém da forma como também lhe estenderam a mão.
“O meu grande trabalho é poder proporcionar a esses meninos e meninas o entendimento. Eu sei o que estão passando, me vejo neles”, disse ele, que usava cocaína, maconha e álcool. “Tenho a noção de que, quando são agressivos, eles não o fazem por maldade. É pura inconsciência. Sei que não posso responder da mesma forma, eles não têm medo de nada. A resposta que dou é amor e respeito”.
COMPROMETIMENTO DOS PODERES
As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.
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