COMBATE AO TRÁFICO. Apreensão de maconha cresce 328% no Estado - FRANCISCO AMORIM
A escolha do tráfico de drogas como o crime a ser combatido no Estado levou as polícias Civil, Federal e Militar a uma série de apreensões de maconha em 2011 que ampliaram a quantidade de droga recolhida em relação aos anos anteriores. Dados das três corporações indicam que o volume de maconha apreendida ao longo do ano passado é 328% maior do que o registrado em 2010 e 112% superior ao de 2009.
Por trás dos números, está a estratégia das polícias de desarticular grupos responsáveis pelo transporte da droga proveniente, em sua maior parte, do Paraguai. Nas quatro principais ações realizadas no ano, por exemplo, responsáveis pelo recolhimento de 6,5 toneladas de maconha, a droga foi apreendida em veículos na estrada ou escondida em propriedades rurais que serviam de entreposto.
– Quando se apreende uma quantidade maior de droga antes de ela ser distribuída, o impacto financeiro nestes grupos é maior – avalia o delegado Heliomar Franco, coordenador de investigações do Departamento Estadual de Investigação ao Narcotráfico (Denarc).
A tática de interceptar as drogas antes de elas serem revendidas a bandos menores nos grandes centros urbanos do Estado deve ser reforçada ao longo de 2012 pela Polícia Civil. O Denarc deve enviar em março agentes à paisana para as fronteiras com Argentina e Uruguai e para a divisa com Santa Catarina.
Ao tentar cortar o fluxo de entorpecentes que entram no Estado as polícias também aumentaram em 46,6% a quantidade de crack apreendido em relação a 2010. Em 21 de novembro, por exemplo, a PF identificou a rota de entrada no Estado de um caminhão, com placas de Medianeira (PR), onde foram encontrados 95,9 quilos de crack. Em 2011, apenas a cocaína apresentou queda de 44% em relação a 2010. Autoridades lembram, no entanto, que na comparação com 2009, o número foi 14,1% maior.
Fundo falso de carro ocultava cocaína
Dois homens e um mulher foram presos pela Polícia Federal, na madrugada de ontem, com 24,5 quilos de cocaína em Portão. A droga estava escondida em fundo falso de um Gol com placas do Mato Grosso do Sul e seria destinada a laboratórios caseiros para ser transformada em pedras de crack. Grande parte da cocaína era constituída de pasta base, com alto grau de pureza. Entre os presos estaria o principal responsável pelo abastecimento de dezenas de pontos de distribuição de crack na região de Porto Alegre.
COMPROMETIMENTO DOS PODERES
As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.
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