COMPROMETIMENTO DOS PODERES
As políticas de combate às drogas devem ser focadas em três objetivos específicos: preventivo (educação e comportamento); de tratamento e assistência das dependências (saúde pública) e de contenção (policial e judicial). Para aplicar estas políticas, defendemos campanhas educativas, políticas de prevenção, criação de Centros de Tratamento e Assistência da Dependência Química, e a integração dos aparatos de contenção e judiciais. A instalação de Conselhos Municipais de Entorpecentes estruturados em três comissões independentes (prevenção, tratamento e contenção) pode facilitar as unidades federativas na aplicação de políticas defensivas e de contenção ao consumo de tráfico de drogas.
domingo, 29 de janeiro de 2012
TRAFICANTE PAGAVA R$ 18 MIL POR ALUGUEL DE CASA
FB pagava R$ 18 mil por aluguel de casa em São Paulo. Traficante ainda tinha na garagem um automóvel BMW e uma moto - BRUNA TALARICO, O GLOBO, 29/01/12 - 8h43
RIO - Cerca de R$ 18 mil foram pagos pelo traficante Fabiano Atanázio da Silva, o FB, por um mês de aluguel da casa em que foi preso na sexta-feira, em Campos do Jordão (SP). O bandido, encontrado com o comparsa Cláudio Serrat Correa, o Claudinho CL, ainda tinha na garagem um automóvel BMW e uma motocicleta Yamaha R1, cujo modelo novo custa mais de R$ 50 mil. Os dois foram apresentados na manhã de sábado, na sede da Polícia Civil, no Centro.
— O FB foi encontrado bem vestido, com roupas da moda. Ele levou os dois filhos, a namorada, e a babá e ainda pagou R$ 18 mil pelo aluguel, o que prova que tinha um grande poder de comando no comércio de drogas. Com a prisão, acredito que o tráfico sofreu um corte considerável no seu poder financeiro — disse a delegada chefe da Polícia Civil, Marta Rocha.
Traficantes cumprirão penas em presídio federal
O traficante era considerado o bandido mais procurado do Rio. A ação foi comandada pelo delegado Antenor Lopes Martins Júnior, titular da 25ª DP (Rocha), que, ao lado de sete agentes, abordou os criminosos em duas viaturas descaracterizadas. Para trazer FB e CL de volta para o Rio, o governo do estado fretou um jato. Ainda neste domingo os dois bandidos devem ser enviados para um presídio federal.
Os bandidos estavam há cerca de dez dias na cidade de Campos do Jordão. Além de quatro quartos, lareira e churrasqueira, a casa tem antessala com obras de arte. O traficante também tinha à sua disposição boas e caras bebidas, petiscos e roupas de grife.
Segundo o advogado Ary Bicudo de Paula Júnior, que representa o dono do imóvel, os policiais civis do Rio seriam os responsáveis pela bagunça na casa. Paula Júnior disse que seu cliente emprestou a casa para seu cunhado, o gesseiro Elton Leonel Runich da Silva, de 28 anos, na última terça-feira. A devolução seria na sexta-feira.
À revelia do dono, Elton teria levado para lá FB e Luís Claudio Serrat Correa, o CL.
— A casa era bem bonita, tinha um belo jardim. Pelo que pudemos comprovar nas investigações, o FB é uma pessoa articulada. Ele me relatou que gostou da região de Campos do Jordão e a elegeu para descansar com a família, frequentando restaurantes e lojas — afirmou o delegado Martins Júnior.
Segundo a faxineira Nazareth de Souza Fael, de 45 anos, que esteve sexta-feira na casa para limpá-la, FB foi muito educado:
— Nunca poderia imaginar que se tratasse de um bandidão do Rio.
Além dos criminosos, da namorada, dos filhos de FB e da babá, havia ainda um bandido foragido da polícia paulista na casa. Ele deveria cumprir pena por interceptação e porte de armas e associação para o tráfico. Segundo a Polícia Civil, não houve tiros durante a investida.
O delegado Antenor afirmou que, em conversa informal com FB, o criminoso afirmou que liderou a fuga de bandidos do Complexo do Alemão, no ano passado. Além disso, teria afirmado, também informalmente, que continuava exercendo atividades criminosas, chefiando o tráfico em comunidades dominadas pela sua facção criminosa, como Juramento, Chapadão e Engenho da Rainha.
— É uma grande prisão, não só pelo que representa para o Alemão. Acredito que cortamos significativamente o poder financeiro do tráfico no Rio — cogitou Marta Rocha.
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